Uma aliança anti-China: Como Washington tem seduzido os países da Ásia no intuito de deter Pequim?

Ferdinand Marcos Jr., presidente das Filipinas, ao lado de Joe Biden, presidente dos EUA.
Ferdinand Marcos Jr., presidente das Filipinas, ao lado de Joe Biden, presidente dos EUA.

Os Estados Unidos têm implementado uma política estratégica que visa conter o avanço da China na região da Ásia-Pacífico, reacendendo rivalidades que remontam à Guerra Fria. Essa estratégia, que envolve a formação de alianças e a intensificação das relações com países vizinhos à China, tem como objetivo enfraquecer o papel do gigante asiático na região e promover a presença dos EUA e de seus aliados tradicionais.

Um exemplo recente dessa estratégia é a aliança AUKUS, anunciada em setembro de 2021, que envolve a Austrália, os Estados Unidos e o Reino Unido. Embora inicialmente disfarçada como uma parceria de segurança, ficou claro que seu objetivo principal era conter a crescente influência da China na região, particularmente no leste do oceano Índico, no sul do Pacífico e no mar do Sul da China.

O estabelecimento do AUKUS foi uma clara provocação à China, que respondeu criticando a aliança e acusando os Estados Unidos de desestabilizar a região com suas ações. Além disso, a China expressou preocupação com o apoio dos EUA e do Reino Unido à Austrália no desenvolvimento de submarinos nucleares, o que, segundo Pequim, poderia intensificar uma corrida armamentista na Ásia.

A China também apelou para que a aliança abandonasse sua mentalidade da Guerra Fria e pediu ao Ocidente que parasse de minar a segurança regional. Essa situação lembra os apelos feitos pela Rússia ao Ocidente no início dos anos 2000, quando Moscou pediu que não interferisse nos assuntos internos dos estados pós-soviéticos.

Além do AUKUS, outra preocupação da China tem sido a movimentação dos Estados Unidos, tanto individualmente quanto por meio da OTAN, em relação a dois importantes países vizinhos: Coreia do Sul e Japão.

Em agosto de 2023, líderes dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e do Japão se reuniram para discutir questões de segurança, sugerindo uma percepção comum de uma suposta ameaça chinesa. Essas reuniões e ações conjuntas insinuam uma crescente preocupação com a China como um desafio aos valores e interesses ocidentais.

A OTAN também tem buscado expandir sua presença e influência na região do Indo-Pacífico, com o secretário-geral Jens Stoltenberg destacando a importância da cooperação entre a Aliança Atlântica e a região. Stoltenberg acusou a China de não acreditar na democracia e na liberdade de expressão, demonstrando uma atitude patronal em relação aos países que desafiam os ditames ocidentais.

Essa estratégia dos Estados Unidos de conter o crescimento e a influência chinesa na Ásia-Pacífico não é nova. A Estratégia de Segurança Nacional dos EUA já refletia essa percepção negativa em relação à China desde 2017, influenciada por pensadores realistas e neorrealistas que argumentavam que uma China rica buscaria alterar a ordem mundial em seu favor, ameaçando a hegemonia americana.

*Com informações da Sputnik News.


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