Os Estados Unidos têm implementado uma política estratégica que visa conter o avanço da China na região da Ásia-Pacífico, reacendendo rivalidades que remontam à Guerra Fria. Essa estratégia, que envolve a formação de alianças e a intensificação das relações com países vizinhos à China, tem como objetivo enfraquecer o papel do gigante asiático na região e promover a presença dos EUA e de seus aliados tradicionais.
Um exemplo recente dessa estratégia é a aliança AUKUS, anunciada em setembro de 2021, que envolve a Austrália, os Estados Unidos e o Reino Unido. Embora inicialmente disfarçada como uma parceria de segurança, ficou claro que seu objetivo principal era conter a crescente influência da China na região, particularmente no leste do oceano Índico, no sul do Pacífico e no mar do Sul da China.
O estabelecimento do AUKUS foi uma clara provocação à China, que respondeu criticando a aliança e acusando os Estados Unidos de desestabilizar a região com suas ações. Além disso, a China expressou preocupação com o apoio dos EUA e do Reino Unido à Austrália no desenvolvimento de submarinos nucleares, o que, segundo Pequim, poderia intensificar uma corrida armamentista na Ásia.
A China também apelou para que a aliança abandonasse sua mentalidade da Guerra Fria e pediu ao Ocidente que parasse de minar a segurança regional. Essa situação lembra os apelos feitos pela Rússia ao Ocidente no início dos anos 2000, quando Moscou pediu que não interferisse nos assuntos internos dos estados pós-soviéticos.
Além do AUKUS, outra preocupação da China tem sido a movimentação dos Estados Unidos, tanto individualmente quanto por meio da OTAN, em relação a dois importantes países vizinhos: Coreia do Sul e Japão.
Em agosto de 2023, líderes dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e do Japão se reuniram para discutir questões de segurança, sugerindo uma percepção comum de uma suposta ameaça chinesa. Essas reuniões e ações conjuntas insinuam uma crescente preocupação com a China como um desafio aos valores e interesses ocidentais.
A OTAN também tem buscado expandir sua presença e influência na região do Indo-Pacífico, com o secretário-geral Jens Stoltenberg destacando a importância da cooperação entre a Aliança Atlântica e a região. Stoltenberg acusou a China de não acreditar na democracia e na liberdade de expressão, demonstrando uma atitude patronal em relação aos países que desafiam os ditames ocidentais.
Essa estratégia dos Estados Unidos de conter o crescimento e a influência chinesa na Ásia-Pacífico não é nova. A Estratégia de Segurança Nacional dos EUA já refletia essa percepção negativa em relação à China desde 2017, influenciada por pensadores realistas e neorrealistas que argumentavam que uma China rica buscaria alterar a ordem mundial em seu favor, ameaçando a hegemonia americana.
*Com informações da Sputnik News.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




