Nos últimos dias, as denúncias de assédio moral na Assessoria de Comunicação (Ascom) e Sistema de TV e Rádio (Surte) da UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) ganharam novos desdobramentos, com acusações diretas ao Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e seu presidente, Moacy Neves. Essa trama de intimidação e desinformação expõe a magnitude do problema e as tentativas de abafar as revelações sobre o ambiente acadêmico.
Na primeira semana outubro de 2023, no grupo de WhatsApp mantido pelo Sinjorba com jornalistas da região Sudoeste da Bahia, o principal acusado de assédio moral fez uma postagem ameaçadora contra a entidade sindical. No mesmo dia, em um grupo mantido por um vereador de Vitória da Conquista, outra pessoa propagou fake news contra Moacy Neves, o presidente do Sinjorba.
No dia 2 de outubro, Rubens Jesus Sampaio, acusado por nove jornalistas de praticar assédio moral na chefia da Ascom e da TV e Rádio da UESB, publicou uma postagem no grupo Sinjorba Sudoeste insinuando que um indivíduo conhecido como Guto protocolaria um processo contra o sindicato. Mesmo após remover a postagem, ela já havia sido registrada e repostada pelo presidente do Sinjorba, Moacy Neves, para conhecimento público.
Na mesma data, em um grupo de WhatsApp mantido por um vereador de Vitória da Conquista, um indivíduo chamado Marcelo Neves Costa, ao comentar as denúncias de assédio moral na UESB, disseminou fake news, acusando o presidente do Sinjorba de manter uma “relação incestuosa” com uma funcionária, que seria sua cunhada, fornecendo-lhe versões distorcidas dos fatos.
Esses acontecimentos evidenciam a seriedade do problema e o esforço dos acusados de assédio, bem como de seus apoiadores, para encobrir a situação. O Sinjorba revelou que os acusados buscaram até mesmo a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em uma tentativa de “enquadrar” o sindicato.
Moacy Neves, presidente do Sinjorba, afirmou que nem ele nem a entidade se deixarão intimidar por ameaças e fake news. “Já estamos acostumados a lidar com patrões e chefes autoritários, arrogantes e que usam a ameaça e a perseguição como método de legitimação nos cargos e funções, bem como para esconder seus malfeitos, que estão vindo paulatinamente à tona”, declarou. Diante dessas tentativas, o sindicato ampliará seu foco para expor os motivos pelos quais a Reitoria não tomou medidas contra o assédio e seus responsáveis.
Sobre a acusação de fake news envolvendo uma suposta relação incestuosa, Moacy Neves negou qualquer envolvimento pessoal com os denunciantes do assédio e disse que nunca os havia conhecido até ser procurado por eles na condição de presidente do Sinjorba. Ele afirmou que o autor da calúnia terá a oportunidade de provar suas alegações em um foro apropriado.
O problema na UESB cresce devido à falta de ação e omissão da Reitoria diante das denúncias de assédio moral. A Comissão de Sindicância que investigou as alegações feitas pelo Sinjorba em março indicou quatro servidores para um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). No entanto, o Reitor limitou a investigação a apenas três fatos, o que tem sido interpretado como uma tentativa de esconder o problema central e transformar os acusados em vítimas.
No Tribunal Regional do Trabalho (TRT), tramita uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre o assédio, pedindo o afastamento do principal acusado de todos os seus cargos e uma multa de R$ 100 mil contra a universidade por dano moral coletivo.
Moacy Neves reforça que a UESB não deve tentar encobrir ou distorcer os fatos, pois é essencial que as universidades resolvam seus problemas internos e promovam um ambiente saudável de aprendizado e trabalho.
*Com informações do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (SINJORBA).
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