Brasileiros em Gaza temem saída de escola sem corredor humanitário

Cidadãos brasileiros refugiados em uma escola católica na cidade de Gaza receiam ter que deixar o local antes da criação de um corredor humanitário. (Foto: Agência Brasil)
Cidadãos brasileiros refugiados em uma escola católica na cidade de Gaza receiam ter que deixar o local antes da criação de um corredor humanitário. (Foto: Agência Brasil)

Cidadãos brasileiros abrigados em uma escola católica na cidade de Gaza enfrentam um dilema angustiante, com o temor de terem que deixar o local antes mesmo da abertura de um corredor humanitário. Uma das brasileiras nessa situação relatou à Agência Brasil nesta sexta-feira (13/10/2023) que foram informados de que o local não é mais seguro e que serão obrigados a seguir para o sul da Faixa de Gaza a qualquer momento. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou essa preocupante situação.

A brasileira Shaed Albanna, de 18 anos, é uma das que estão na escola, onde abrigam cerca de 30 pessoas. Entre elas, dez são brasileiros que buscam repatriação, fazendo parte de um grupo de 22 pessoas que solicitaram evacuação. Este grupo é composto por dez crianças, sete mulheres e cinco homens. Conforme o Itamaraty, dos 22, doze aguardam socorro fora da escola, na cidade de Khan Younes, ao sul de Gaza.

A situação é especialmente angustiante para Shaed, que nasceu no Brasil e foi a Gaza com a irmã de 13 anos para visitar a mãe, que estava doente e acabou falecendo de câncer. As duas estão acompanhadas pela avó. “A escola não é mais um lugar seguro. Os israelenses estão entrando pelo país, todo mundo está saindo fugindo. Eu não quero morrer”, relatou, com lágrimas nos olhos.

Israel informou às Nações Unidas que a região norte da Faixa de Gaza, onde vivem 1,1 milhão de pessoas, deve ser evacuada em 24 horas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou para que a ordem seja revista, argumentando que não há tempo hábil para retirar toda a população e alertando sobre a escalada da crise humanitária.

“Como é que 1,1 milhões de pessoas poderão atravessar uma zona de guerra densamente povoada em menos de 24 horas? Estremeço ao pensar quais seriam as consequências humanitárias da ordem de evacuação”, expressou Martin Griffiths, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência.

Na quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente de Israel, Issac Herzog, e apelou para que seja aberto um corredor humanitário que permita às pessoas saírem da Faixa de Gaza. A comunidade internacional continua acompanhando de perto os desdobramentos dessa crise humanitária.

*Com informações da Agência Brasil.


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