A cidade histórica de Cachoeira, na Bahia, se prepara para um evento especial em novembro: o Tributo a José Cardoso Araújo, o saudoso Doidão Bahia, um artista que deixou um valioso legado na arte em madeira, não só para a região, mas para todo o Brasil. O evento, marcado para acontecer no sábado (04/11/2023), às 19 horas na praça Dr. Milton, tem como objetivo lembrar e celebrar a contribuição única de Doidão Bahia para a cena da arte em madeira em Cachoeira e em todo o país.
Nascido em 13 de outubro de 1950, Doidão Bahia, junto com seus tios maternos Louco e Maluco, foi um dos pioneiros na escultura em madeira na cidade histórica de Cachoeira. Começou a esculpir desde cedo e compartilhou seus conhecimentos com as gerações futuras. Suas obras são reconhecidas por traços finos e detalhados, notáveis lábios, nariz proeminente e características distintivas que capturam a essência das pessoas negras.
Doidão Bahia também era influenciado por elementos religiosos, como orixás e santos do catolicismo, com uma atenção especial às esculturas de Cristo, Ogun, Oxum e Xangô. Cada peça que ele criava era única e carregada de significado, como se estivesse dando vida a uma história.
O tributo a Doidão Bahia é organizado por amigos, com destaque para Marcos Moura, que desempenha um papel central na iniciativa como idealizador e promotor do evento. Segundo Marcos, o objetivo deste tributo é manter viva a memória do grande artista e homem que Doidão era, demonstrando que ele continua vivo através de suas obras. O evento contará com um show da Banda “Rafa Luz e o Trio das Sete”, de Salvador, tocando músicas de Raul Seixas, um dos ídolos de Doidão Bahia. Também haverá depoimentos de amigos e artistas que compartilharão suas lembranças sobre a vida e obra do homenageado.
Desde a contribuição de Doidão Bahia, a arte em madeira de Cachoeira ganhou reconhecimento em todo o mundo, levando o nome da cidade a locais distantes e alimentando o orgulho da comunidade local. Suas 23 mostras individuais pelo Brasil e 22 participações em salões, bienais e exposições coletivas, algumas delas no exterior, são testemunhos do impacto de seu trabalho.
No entanto, a continuidade da arte em madeira na região enfrenta desafios devido ao pequeno número de sucessores. Muitos jovens desistem da profissão em busca de outras formas de subsistência, ameaçando a preservação das tradições e técnicas artísticas locais.
Para preservar o legado de Doidão Bahia e tornar suas obras e sua memória acessíveis ao público, está sendo planejada a criação da “Fundação Doidão Bahia”, onde a história de vida do artista e suas obras poderão ser apreciadas por todos.
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