O Conselho de Segurança da ONU não conseguiu adotar nenhuma das duas propostas apresentadas nesta quarta-feira (25/10/2023) sobre a situação humanitária na Faixa de Gaza, onde a violência entre Israel e o grupo radical Hamas já deixou mais de 1.300 mortos e 6 mil feridos. As resoluções, que pediam um cessar-fogo ou uma pausa humanitária para permitir a entrada de ajuda aos civis, foram vetadas pela Rússia e pela China ou não obtiveram os nove votos mínimos necessários. O Brasil se absteve nas duas votações.
As propostas foram apresentadas pelos Estados Unidos e pela Rússia, que já haviam tentado aprovar textos semelhantes anteriormente, assim como o Brasil. No entanto, as divergências entre os membros permanentes do Conselho, que têm poder de veto, impediram qualquer consenso sobre como lidar com a crise que se arrasta há mais de duas semanas.
A resolução americana foi a primeira a ser votada. Ela condenava os ataques terroristas do Hamas contra civis israelenses em 7 de outubro e instava a ação para lidar com a crescente crise humanitária na Faixa de Gaza. Além disso, mencionava especificamente o direito inerente dos Estados à autodefesa. O texto recebeu 10 votos favoráveis, mas foi vetado pela Rússia e pela China, que alegaram que ele era desequilibrado e ignorava as causas profundas do conflito. Brasil e Moçambique se abstiveram.
A proposta russa foi a segunda a ser votada. Ela também condenava os ataques do Hamas e pedia uma pausa humanitária para permitir a entrega segura de ajuda humanitária para os civis. No entanto, ela apelava para o cancelamento imediato pela Força Israelense da ordem de evacuação dos civis que seguem para o sul de Gaza. O texto só recebeu quatro votos favoráveis: China, Gabão, Rússia e Emirados Árabes Unidos. Reino Unido e EUA votaram contra. Albânia, Brasil, Equador, França, Gana Japão, Malta, Moçambique e Suíça optaram pela abstenção.
O fracasso do Conselho de Segurança em adotar uma resolução sobre a crise em Gaza foi criticado por vários países e organizações internacionais, que pediram uma ação urgente para evitar uma catástrofe humanitária na região. Segundo agências da ONU, o combustível para hospitais e outros serviços cruciais deve se esgotar em questão de horas em Gaza, onde Israel ordenou um “cerco completo” após o ataque do Hamas em 7 de outubro.
Conflito Israelo-Palestino em Gaza
A crise em Gaza começou após o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro, quando homens armados invadiram o país pela fronteira fortemente fortificada. O Hamas matou mais de 1.200 pessoas, feriu milhares de outras e fez cerca de 150 reféns em um ataque coordenado através de comunidades do país. Israel intensificou a sua ofensiva em Gaza após o ataque do Hamas, que continuou a disparar foguetes contra cidades israelenses nos últimos dias.
A Faixa de Gaza é um território palestino de cerca de 360 km², onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas. O Hamas, que é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, controla o território desde 2007, quando expulsou o partido rival Fatah, que governa a Cisjordânia. Desde então, Israel impôs um bloqueio econômico e militar a Gaza, restringindo a entrada e saída de pessoas e bens.
O conflito entre Israel e Palestina é um dos mais antigos e complexos do mundo, envolvendo questões históricas, religiosas, políticas e territoriais. As tentativas de negociação de paz entre as partes têm sido infrutíferas, apesar da mediação de vários países e organizações internacionais. A ONU reconhece o direito dos dois povos à autodeterminação e à coexistência pacífica em dois Estados independentes e soberanos.
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