Deputado Arthur Maia é questionado por mudar depoimento de Braga Netto na CPMI

Deputado Arthur Maia, presidente da CPMI do 8 de janeiro de 2023. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Deputado Arthur Maia, presidente da CPMI do 8 de janeiro de 2023. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro de 2023, deputado Arthur Maia, foi alvo de questionamentos durante a sessão desta terça-feira (03/10/2023) por ter desmarcado o depoimento de Braga Netto, que estava programado para quinta-feira (5). Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo de Jair Bolsonaro, além de candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, teve seu depoimento adiado sem explicação oficial.

Sem fornecer uma justificação para a mudança, Arthur Maia surpreendeu a comissão ao decidir, de última hora, submeter à votação a convocação de Sandro Augusto Sales Queiroz, ex-Comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O requerimento acabou sendo rejeitado por 14 votos contra 10.

A convocação de Queiroz era uma demanda da oposição na CPMI, que alegava que o Ministério da Justiça se omitiu durante os atentados ocorridos em Brasília em 8 de janeiro. Por outro lado, os deputados da base governista argumentaram que essa estratégia tinha o objetivo de desviar o foco das investigações.

Durante a sessão, o deputado Duarte Junior questionou a convocação de Sandro, afirmando que há evidências de que ele não estava de serviço no dia 8 de janeiro e que sua seleção estava ligada a suas conexões políticas bolsonaristas.

O presidente da CPMI, Arthur Maia, justificou sua decisão, alegando que estava respondendo às provocações da base governista e garantindo o direito da minoria de ser ouvida. Ele ressaltou que não poderia apenas votar nos depoimentos de interesse da maioria.

A decisão de Maia foi celebrada pela oposição, com o senador Esperidião Amim afirmando que era o momento “mais eloquente” da CPMI. No entanto, Maia convocou uma reunião para quarta-feira (4) com o comitê para tentar alcançar um acordo visando concluir a CPMI. O relatório final está agendado para ser apresentado em 17 de outubro.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, defendeu a realização do depoimento de Braga Netto e dos comandantes das Forças Armadas do governo anterior, mas assegurou que, mesmo sem esses depoimentos, há elementos suficientes para concluir o relatório da CPMI.

Empresário Argino Bedin permanece em silêncio na CPMI sobre atos golpistas

O empresário Argino Bedin, conhecido como o “Pai da Soja” em Mato Grosso, optou por não responder às perguntas de parlamentares durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele compareceu à CPMI nesta terça-feira (03/10/2023), protegido por um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, que lhe garantia o direito de não responder a perguntas que poderiam incriminá-lo.

Bedin havia sido convocado devido à suspeita de financiamento dos atos golpistas que ocorreram após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2022, quando grupos bloquearam estradas e acamparam em frente a quartéis, pedindo um golpe militar no Brasil.

O empresário do agronegócio foi alvo de uma investigação que levou ao bloqueio de suas contas por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, destacou durante a sessão os alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que indicaram a chegada de 272 caminhões a Brasília vindos da cidade de Sorriso, onde Bedin possui fazendas. Dessas, 16 eram de propriedade de Bedin ou de membros de sua família. Eliziane também citou uma série de atos violentos ocorridos em locais próximos às fazendas de Bedin.

Representantes da oposição defenderam Bedin, com o deputado Delegado Ramagem afirmando que ele deveria ser celebrado por seu sucesso no agronegócio. O deputado Filipe Barros prestou solidariedade ao empresário, argumentando que Bedin não poderia ser responsabilizado pelos atos ocorridos em 8 de janeiro.

*Com informações da Agência Brasil.


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