Na Faixa de Gaza, um cenário de devastação se agrava a cada dia que passa, com a escassez de combustível e a crise de saúde atingindo níveis alarmantes. No 17º dia do conflito entre Gaza e Israel, trabalhadores humanitários da ONU lançaram um apelo desesperado por entregas de combustível e suprimentos essenciais para impedir que a já precária situação no enclave piore ainda mais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou que médicos estão sendo forçados a realizar cirurgias sem anestesia ou outros suprimentos cirúrgicos básicos devido à falta de combustível. Nesse contexto, o combustível se tornou o “produto mais vital” em Gaza, essencial para manter hospitais em funcionamento, alimentar geradores de eletricidade e operar usinas de dessalinização de água.
Tamara Alrifai, porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (Unrwa), alertou que sem combustível, caminhões não podem transportar suprimentos, e geradores não podem fornecer eletricidade, impactando diretamente a vida da população.
Até o momento, nenhum comboio com combustível foi autorizado a entrar em Gaza, agravando ainda mais a situação. Rick Brennan, diretor de Emergências da OMS para a Região do Mediterrâneo Oriental, implorou por operações humanitárias contínuas, ampliadas e protegidas, e pediu que as partes em conflito concedam espaço humanitário para lidar com a crise.
Antes do conflito, 500 caminhões entravam diariamente em Gaza, com cerca de 100 deles transportando combustível. Atualmente, a escassez de combustível está exacerbando a crise humanitária na região.
A representante da ONU, Tamara Alrifai, assegurou que há medidas rigorosas de segurança para evitar que o combustível caia em mãos erradas, garantindo que seja utilizado exclusivamente para fins humanitários.
A falta de acesso a água limpa é uma preocupação adicional, uma vez que apenas entre um e três litros por pessoa por dia estão disponíveis em Gaza, muito abaixo dos 15 litros mínimos recomendados. Isso está forçando as pessoas a consumir água contaminada, tornando a disseminação de doenças infecciosas apenas uma questão de tempo.
A OMS está trabalhando com a Unrwa para estabelecer um sistema de vigilância de doenças, com relatórios diários prevendo um aumento nas infecções das vias respiratórias, diarreia, varicela e infecções de pele.
A situação nos hospitais de Gaza é crítica, com um em cada três hospitais e dois em cada três clínicas fora de operação devido ao bombardeio israelense. O sistema de saúde está sobrecarregado, com instalações e profissionais da saúde enfrentando uma grande carga de casos de trauma, muitos deles devido a explosões.
Embora parte dos suprimentos da OMS tenha sido entregue, os desafios persistem, com cerca de 200 mulheres grávidas enfrentando dificuldades para encontrar um local seguro para dar à luz. Além disso, as necessidades de saúde mental da população são “enormes” devido ao constante bombardeio.
Mesmo após os suprimentos cruzarem a fronteira, a entrega aos hospitais é comprometida devido à falta de combustível e aos “enormes riscos de segurança” para os trabalhadores humanitários. A Unrwa lamentou a perda de 35 funcionários até o momento, a maioria já estava deslocada e trabalhava nas instalações da agência.
*Com informações da ONU News.
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