Grandes economias voltam a dominar globalmente os mercados petrolíferos

Conflito em Gaza perde influência nos mercados, enquanto economias chinesa e americana impulsionam mudanças.
Conflito em Gaza perde influência nos mercados, enquanto economias chinesa e americana impulsionam mudanças.

As últimas semanas nos mercados petrolíferos estiveram sob a influência direta do conflito entre as Forças de Defesa de Israel (IDF) e o movimento palestiniano islâmico, Hamas, com o barril sentindo fortemente os estilhaços dessa guerra que ameaçou incendiar todo o Oriente Médio. No entanto, os gráficos estão agora voltando a se curvar sob o peso das grandes economias mundiais e seus problemas internos.

Não é que o risco de propagação desse conflito tenha desaparecido, mas, pelo contrário, enquanto Gaza sofre bombardeios israelenses sem que o fogo se espalhe regionalmente, os mercados observam que o mundo continua a avançar, nem sempre favoravelmente a Angola. O que acontece na China e nos EUA, os dois maiores consumidores de petróleo do mundo e as duas maiores economias globais, está novamente pressionando o preço do barril de Brent para menos de 90 dólares.

Em meio a essas preocupações, estão o ataque terrorista do Hamas ao sul de Israel em 07 de outubro e a resposta israelense, com imagens impactantes sendo transmitidas em todo o mundo. Isso antecede a invasão terrestre planejada na Faixa de Gaza.

Hoje, os dados pouco otimistas da economia chinesa, especialmente a produção industrial em declínio, e dos EUA, que enfrentam incertezas sobre as taxas de juros, estão moldando a situação nos mercados. Esses dois países são os principais consumidores globais de petróleo e têm um impacto significativo nas exportações de petróleo, especialmente para países em crise econômica, como Angola.

No entanto, o risco de propagação além das fronteiras de Gaza e Israel permanece real, ameaçando as sub-regiões do Oriente Médio, como o Líbano e a Síria, e, como alertou o Irã, todo o Oriente Médio, que abriga 40% da produção mundial de petróleo.

Até quando a comunidade internacional, incluindo a ONU, a União Europeia, a China e os EUA, poderão conter o conflito em Gaza e impedir que ele afete os preços do petróleo e a estabilidade na região é uma incógnita.

Por enquanto, o que importa é o preço do barril de Brent, que estava sendo negociado a 89,56 dólares no momento em que escrevemos, uma queda de 1,01% em relação ao fechamento anterior na sexta-feira.

Geopolítica do capital e da guerra

A situação atual nos mercados de petróleo reflete a complexa interação entre fatores geopolíticos e econômicos. A economia chinesa tem um impacto substancial no mercado de petróleo devido ao seu grande consumo de petróleo, e quaisquer sinais de desaceleração podem afetar os preços. Da mesma forma, a economia dos Estados Unidos, como a maior consumidora de petróleo, é fundamental.

A geopolítica, como o conflito em Gaza, continua a ser uma fonte de incerteza, especialmente em uma região que desempenha um papel crucial na produção global de petróleo. Para Angola, um país altamente dependente do petróleo, a diversificação da economia e o aumento da produção interna são desafios importantes para garantir a estabilidade econômica a longo prazo. Além disso, a transição para fontes de energia mais limpas está mudando o cenário global do petróleo, tornando necessário repensar a dependência de Angola dessa indústria.


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