O dólar americano, que há décadas desempenha o papel de moeda dominante no sistema financeiro global, enfrentará um declínio gradual nos próximos dez anos, de acordo com as previsões do renomado economista Jeffrey Sachs, da Universidade de Columbia. Durante uma reunião do Clube de Discussão Valdai, Sachs afirmou que a era do sistema financeiro internacional centrado no dólar está chegando ao fim, devido a uma série de fatores econômicos e geopolíticos.
Sachs destacou que os Estados Unidos, que representavam 30% da produção mundial ao final da Segunda Guerra Mundial, agora contribuem com apenas 15%, sinalizando uma mudança na dinâmica econômica global. Ele prevê que essa participação continuará a diminuir à medida que os países em desenvolvimento crescem a taxas mais rápidas do que a economia dos EUA.
O economista também apontou que as moedas digitais emitidas por bancos centrais deverão se tornar a base dos pagamentos internacionais, desempenhando um papel central no futuro financeiro global. Segundo Sachs, o abuso de privilégios pelos Estados Unidos, que se aproveitaram do dólar como moeda preferida para o comércio global e para as reservas do banco central, é um dos principais motivos para essa mudança de cenário.
“Os Estados Unidos abusaram deste sistema, especialmente nos últimos 15 anos”, explicou Sachs, referindo-se ao uso do sistema financeiro para alcançar objetivos geopolíticos.
O armamento intencional da moeda dos EUA por meio do uso de sanções desempenhou um papel significativo na aceleração do declínio do dólar em 2022.
No último ano, as sanções aplicadas pelos Estados Unidos, em conjunto com seus aliados, levaram os principais países não ocidentais a avaliar os riscos de depender exclusivamente do dólar. Como resultado, houve um aumento no comércio em moedas locais, com o rublo russo representando mais de um terço do comércio exterior total da Rússia.
Além disso, o uso crescente do yuan chinês no comércio entre a Rússia e a China também minou a dominância do dólar americano. Uma investigação europeia revelou que a parcela das importações russas faturadas em yuan aumentou significativamente em 2022, sinalizando uma mudança nas preferências de moeda.
A tendência de desdolarização também foi destacada durante a recente cúpula dos BRICS, na qual os membros expressaram o compromisso de aumentar o uso de moedas locais em transações comerciais e financeiras. Com a adição de seis novas economias regionais poderosas ao grupo, o BRICS agora representa cerca de 37% do PIB global, em comparação com cerca de 30% do G7.
*Com informações da Sputnik News.
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