Nesta quinta-feira (19/10/2023), a Bacia do Rio Amazonas enfrentou uma situação alarmante, registrando novas mínimas históricas nos níveis de água de seus principais rios. Em Manaus, o Rio Negro atingiu o nível mais baixo em 121 anos, com a cota de 13,29 metros, um metro abaixo do já classificado como “seca extrema” e 34 centímetros menor do que o registrado durante a grande seca de 2010, que causou impactos severos na região.
Os dados são provenientes do Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Além do Rio Negro, outros rios importantes da região também registraram novas mínimas históricas, como o Rio Amazonas, em Itacoatiara, que atingiu apenas 90 centímetros, e o Rio Solimões, em Manacapuru, com 3,61 metros, marcando o nível mais baixo de sua história.
O pesquisador em geociências do SGB, Marcus Suassuna, explicou que o fenômeno El Niño, responsável por alterar os padrões de chuva, está contribuindo para a situação crítica dos rios da Bacia do Rio Amazonas. A perspectiva é de que a subida dos níveis dos rios seja atrasada e lenta, devido às chuvas no Peru. A estação de Tabatinga deve ser a primeira a sentir a recuperação, mas a recuperação completa nas outras estações levará algum tempo.
A situação é particularmente preocupante em locais onde a estiagem persiste até fevereiro, e os níveis mínimos só devem ser observados em 2024. O prognóstico é desfavorável devido aos impactos contínuos do El Niño, que devem se manter fortes até o primeiro semestre do próximo ano, como observa Suassuna.
Fenômeno El Niño
O fenômeno El Niño é conhecido por causar perturbações nos padrões climáticos em várias partes do mundo. Na Amazônia, o El Niño geralmente traz menos chuva do que o normal, o que resulta em estiagens prolongadas e níveis mais baixos dos rios. Essas condições podem afetar a vida das comunidades ribeirinhas, a agricultura, a pesca e a biodiversidade na região.
A Amazônia é uma área crítica no que diz respeito às mudanças climáticas, e a atual seca intensificada pelo El Niño é um lembrete da vulnerabilidade das áreas tropicais à variabilidade climática. Além disso, as secas prolongadas podem contribuir para o desmatamento e o aumento dos incêndios florestais na região, agravando ainda mais os problemas ambientais.
A gestão da água na Amazônia é um desafio constante, e a escassez de água devido a eventos como o El Niño destaca a necessidade de medidas eficazes de conservação e preservação dos recursos hídricos na região. Além disso, a situação destaca a importância de abordagens de adaptação às mudanças climáticas que considerem os impactos nas comunidades e na biodiversidade amazônica.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




