1ª Edição do Festival do Acarajé de Itaparica celebra a resistência e empoderamento da mulher negra

Evento destaca a importância cultural e histórica do acarajé, símbolo de resistência afro-brasileira.
Evento destaca a importância cultural e histórica do acarajé, símbolo de resistência afro-brasileira.

O I Festival do Acarajé de Itaparica, em homenagem ao Dia da Baiana do Acarajé, celebrado em 25 de novembro, promete ser um marco para a cidade. O acarajé, além de ser uma deliciosa iguaria, representa a resistência da cultura afro-brasileira e a contribuição vital das mulheres negras, conhecidas como baianas de acarajé, desde o período da escravidão.

O evento, marcado para este sábado (25/11/2023), busca não apenas enaltecer o acarajé como patrimônio histórico-cultural brasileiro, mas também destacar o papel das baianas de acarajé na tradição, ancestralidade, empoderamento e empreendedorismo feminino negro. Beth Santana, baiana de acarajé há mais de 40 anos e uma das mentoras do festival, destaca o orgulho de repassar o conhecimento desse ofício e ajudar outras mulheres a transformar o bolinho em fonte de renda.

Durante o festival, as mulheres de Itaparica terão a chance de participar de uma aula show, aprendendo as técnicas e segredos da preparação do acarajé. O evento também inclui atividades culturais, como apresentações de grupos de samba e capoeira. O I Festival do Acarajé faz parte das comemorações do Novembro Negro na cidade.

O acarajé, uma das comidas de rua mais antigas do Brasil, tem suas raízes na época da escravidão, quando as mulheres negras escravizadas utilizavam a venda do quitute para conquistar sua alforria. Após a abolição, o acarajé continuou a ser parte integrante da cultura popular brasileira, especialmente nas oferendas nos terreiros de candomblé. O ofício das baianas de acarajé foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil e Patrimônio Imaterial da Bahia.

A presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Rita Santos, destaca a ligação do acarajé com a religião de matriz africana, ressaltando que a baiana só é considerada patrimônio seguindo as regras do decreto do IPHAN em relação à indumentária.


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