O Comando do Exército Brasileiro encontra-se no processo final de decisão para a compra de 36 novos veículos blindados de combate obuseiros, com investimento estimado em R$ 1 bilhão. Embora a disponibilidade de recursos do projeto Novo PAC, totalizando R$ 6,7 bilhões entre 2024 e 2027, viabilize a aquisição, a escolha de modelos estrangeiros, incluindo propostas de Israel, França e China, provoca um debate sobre o uso desse montante para fomentar a produção nacional. Analistas militares divergem sobre a decisão.
O professor doutor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Sandro Teixeira Moita, ressalta a urgência da atualização do parque de artilharia brasileiro diante de novas ameaças identificadas em conflitos recentes. Ele destaca a preferência por veículos autopropulsados, mais efetivos em manobras rápidas, e a necessidade de transição do calibre atual de 105 mm para o padrão OTAN de 155 mm.
Apesar da necessidade evidente de modernização, algumas vozes, como o analista militar Robinson Farinazzo, questionam a escolha de comprar veículos estrangeiros em detrimento do desenvolvimento nacional. Ele argumenta que, ao investir na Base Industrial de Defesa (BID) brasileira, o país evitaria exportar empregos e fortaleceria a indústria nacional. Farinazzo sugere a compra de projetos estrangeiros para execução no Brasil, desde que escolhidos com critérios rigorosos.
O dilema entre comprar ou desenvolver reflete a complexidade do setor militar, onde a modernização urgente se confronta com a busca pela autonomia e investimento em indústrias locais. O professor Sando Moita concorda com a importância de fortalecer a BID, mas ressalta a ausência de projetos nacionais prontos para atender às demandas específicas da artilharia brasileira. O debate, portanto, transcende a compra imediata, levantando questões sobre o futuro da indústria de defesa do país.
*Com informações da RFI.
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