Banco do Brasil pede perdão, mas líder quilombola reforça necessidade de debater dívida histórica do Estado com o povo negro

Elias José Alfredo, do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, destaca a importância do debate sobre a dívida histórica do Estado brasileiro com o povo negro.
Elias José Alfredo, do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, destaca a importância do debate sobre a dívida histórica do Estado brasileiro com o povo negro.

O recente pedido de perdão do Banco do Brasil ao povo negro por sua participação no processo de escravidão, divulgado em uma carta aberta aos movimentos negros, é considerado um marco histórico relevante para a militância do povo negro. No entanto, Elias José Alfredo, líder do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, enfatiza que o debate necessário vai além das ações de uma instituição financeira. Ele destaca a urgência de discutir a dívida do Estado brasileiro com os descendentes de africanos, entendendo-a como uma questão que vai desde a letalidade policial até a subrepresentação acadêmica.

A carta aberta do Banco do Brasil foi lida por André Machado, gerente-executivo de Relações Institucionais, durante uma audiência pública no Rio de Janeiro, intitulada “Consciência Negra e Reparação da Escravidão”. O pedido de perdão está relacionado a investigações sobre a participação do banco no tráfico de pessoas negras escravizadas no século XIX.

Raquel Barros, representante do Ministério da Igualdade Racial, destaca a relevância do tema da reparação, vinculando-o à promoção de políticas públicas. A audiência, organizada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Rio de Janeiro, busca refletir sobre o passado, garantindo mecanismos de reparação e prevenindo a repetição de crimes contra a humanidade.

Além do pedido de perdão, o Banco do Brasil anunciou um conjunto de medidas para promover a igualdade e a inclusão étnico-racial, combatendo o racismo estrutural. A presidente do Banco, Tarciana Medeiros, ressalta a importância da diversidade na instituição e afirma que boas práticas serão construídas com diálogo aberto com movimentos negros e outras instituições.

*Com informações da Agência Brasil.


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