Feira de Santana: Programa Narrativas Visuais do Sesc Bahia traz a terceira edição em 2023 com foco na preservação das águas

Artista Nila Carneiro homenageia a divindade Uiara na cidade de Feira de Santana.
Artista Nila Carneiro homenageia a divindade Uiara na cidade de Feira de Santana.

O programa “Narrativas Visuais do Sesc Bahia” está de volta com sua terceira edição em 2023, promovendo a descentralização do circuito de arte e a valorização de artistas em cidades do interior da Bahia. Este ano, as atividades artísticas acontecerão nas cidades de Alagoinhas, Barreiras, Feira de Santana, Jequié e Santo Antônio de Jesus, todas sob a chancela do Sesc Bahia, com uma temática central que coloca a água como substância essencial à vida e à cultura da região.

Em Feira de Santana, uma das cidades participantes, a artista convidada é Nila Carneiro, conhecida como @nila_carneiro nas redes sociais. Ela trará à vida a obra intitulada ‘Uiara – mãe dos olhos D´água’ na estrutura da Caixa D´água do Tomba, com o apoio da Embasa. A inauguração da obra será marcada por um emocionante show que leva o mesmo título da instalação, com a participação da renomada sambista baiana Maryzelia. O evento está agendado para o dia 17 de novembro às 19h30 e os ingressos já estão disponíveis na bilheteria do Centro Cultural Sesc, com preços acessíveis de R$2,00 (inteira) e R$1,00 (meia entrada).

A obra de Nila Carneiro traz à tona a figura mitológica da “Uiara”, uma divindade associada à água e à preservação do meio ambiente, com raízes na cultura tupi e uma forte ligação com a região de Feira de Santana. A “Uiara” é representada como uma entidade mística, metade mulher e metade peixe, que possui o poder de trazer vida onde a morte prevalece. Ela é reverenciada como uma importante deusa Mãe d’água, dedicada à proteção das águas da América do Sul.

A lenda da “Uiara” conta que ela era uma guerreira poderosa que, por ciúmes, foi lançada no rio pelos seus irmãos. Contudo, ao invés de ser derrotada, ela floresceu como uma entidade protetora das águas e, ao mergulhar, transformou-se na figura icônica que é conhecida hoje, com um corpo de mulher parda, cabelos longos e um rabo de peixe.

A escolha do nome “Jacuípe”, que é um dos principais rios da região e cujo significado remonta ao tupi antigo, acrescenta um contexto interessante à obra. O rio Jacuípe é uma parte importante da história de Feira de Santana, oferecendo lazer e sustento à população local por muitos anos. No entanto, a poluição e o crescimento desordenado da cidade contribuíram para uma degradação significativa desse recurso natural, levando à extinção de diversas espécies, como o paitapá, a curimatá, o pitú verdadeiro e o jacú, cujo nome deu origem ao próprio nome do rio.

A obra de Nila Carneiro é, portanto, uma lembrança da importância da preservação das águas e um tributo à divindade “Uiara” como guardiã dos recursos hídricos. Ela também serve como um chamado à reflexão sobre a necessidade de proteger e revitalizar os rios, não apenas em Feira de Santana, mas em todo o Brasil.


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