No Mundial de Ginástica Artística realizado na Antuérpia, na Bélgica, um momento histórico foi registrado: o pódio do individual geral, a competição que coroa as atletas mais completas da modalidade, foi formado exclusivamente por mulheres negras. A norte-americana Simone Biles conquistou o ouro, seguida da brasileira Rebeca Andrade, que ficou com a prata, e da atleta dos Estados Unidos, Shilese Jones, que levou o bronze. Essa conquista vai além do esporte, pois as ginastas negras passam a ser reconhecidas como referências para gerações futuras.
Rebeca Andrade, de 24 anos, compartilhou sua alegria por fazer parte desse pódio histórico, afirmando que o feito é significativo para inspirar crianças, adolescentes, mulheres e homens negros. Ela ressaltou a importância de ter referências e modelos a seguir, mencionando a ex-ginasta brasileira Daiane dos Santos como uma das influências em sua carreira.
O cientista social Thales Vieira, co-diretor-executivo do Observatório da Branquitude, destacou que esse pódio simboliza a resiliência das ginastas negras, que superam o racismo e alcançam o mais alto nível em suas carreiras esportivas. Ele ressaltou que essas conquistas desafiam o conceito equivocado de mérito associado à brancura e demonstram que, com oportunidades iguais, pessoas negras podem alcançar a excelência em qualquer área.
Embora Simone Biles e Rebeca Andrade ainda não estejam entre as ginastas olímpicas mais medalhadas, sua carreira está em ascensão, e elas têm o potencial de alcançar posições de destaque no cenário olímpico. Mais do que isso, essas atletas representam uma nova geração que inspira outras gerações ao orgulharem-se de sua identidade e cor de pele.
Rebeca Andrade, que recentemente conquistou quatro medalhas nos Jogos Pan-Americanos no Chile, reforçou seu orgulho em ser uma mulher negra, afirmando que sempre se amou e que sua autoestima é uma herança de sua mãe. Ela enfatizou sua confiança e autoaceitação, compartilhando uma mensagem poderosa com o mundo.
Apesar dos avanços, Thales Vieira aponta a necessidade de um compromisso verdadeiro de todas as partes envolvidas no esporte, incluindo confederações, organizações internacionais, atletas, juízes, imprensa e o público. Esse compromisso é essencial para garantir que a diversidade seja de fato valorizada e que o espírito esportivo prevaleça, superando estereótipos e acordos comerciais superficiais.
*Com informações da Agência Brasil.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




