Um alarmante relatório publicado nesta quarta-feira (08/12/2023) revela que os governos estão planejando uma produção de combustíveis fósseis cerca de 110% superior ao que seria compatível com a limitação do aquecimento a 1,5°C até 2030. Esse aumento dramático ocorre em meio a uma crescente preocupação global com as emissões de dióxido de carbono, que atingiram níveis recordes em 2021-2022, alimentando ondas de calor, secas, incêndios florestais, tempestades e inundações que causam estragos em todo o mundo.
O Relatório sobre a Lacuna de Produção, publicado pela primeira vez em 2019, destaca a desconexão entre os planos dos governos para a produção de combustíveis fósseis e os níveis globais compatíveis com as metas climáticas do Acordo de Paris. Surpreendentemente, os governos planejam superar não apenas as metas de 1,5°C, mas também as de 2°C, com um aumento projetado de 69%.
Mesmo com 151 governos comprometidos com emissões líquidas zero e previsões que indicam o pico na demanda global de carvão, petróleo e gás nesta década, os planos governamentais apontam para um aumento na produção global de carvão até 2030 e de petróleo e gás até, pelo menos, 2050. Isso cria uma lacuna crescente entre os compromissos climáticos e a realidade da produção de combustíveis fósseis.
O relatório destaca a necessidade urgente de uma mudança de curso, sugerindo metas ambiciosas, como a eliminação quase total da produção e uso de carvão até 2040, e uma redução de três quartos na produção e uso de petróleo e gás até 2050. Entretanto, apesar de 17 dos 20 países analisados terem se comprometido com emissões líquidas zero, nenhum deles demonstrou disposição para reduzir a produção de combustíveis fósseis em conformidade com as metas climáticas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com a intensificação da dependência dos combustíveis fósseis e enfatizou a necessidade de compromissos firmes na COP28 para acelerar a transição para energias renováveis e reduzir gradualmente os combustíveis fósseis. O mundo enfrenta uma realidade climática devastadora, com eventos extremos se tornando mais frequentes e as emissões de dióxido de carbono atingindo níveis sem precedentes.
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