Líder da ONU diz estar horrorizado com ataque a comboio de ambulâncias em Gaza

António Guterres, secretário-geral da ONU.
António Guterres, secretário-geral da ONU.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “horrorizado” com o ataque a um conjunto de ambulâncias em frente a um hospital na Faixa de Gaza e reiterou seu apelo por um cessar-fogo humanitário. Em comunicado divulgado na noite de sexta-feira (03/11/2023), o chefe da ONU disse estar “horrorizado com o alegado ataque em Gaza a um comboio de ambulâncias fora do hospital Al Shifa. As imagens de corpos espalhados na rua em frente ao hospital são angustiantes”.

Uma população inteira traumatizada

Guterres afirmou que não esqueceu os ataques terroristas cometidos em Israel pelo Hamas e os assassinatos, mutilações e raptos, incluindo de mulheres e crianças. Ele sublinhou que todos os reféns detidos em Gaza devem ser libertados imediata e incondicionalmente.

O líder da ONU acrescentou que durante quase um mês, civis em Gaza, incluindo crianças e mulheres, foram sitiados, tiveram a ajuda negada, foram mortos e forçados a sair de suas casas pelos bombardeios. Ele enfatizou que “isto tem de parar”.

Guterres observou ainda que a situação humanitária em Gaza é horrível, pois “não chegam alimentos, água e medicamentos suficientes para satisfazer as necessidades das pessoas. Além disso, o combustível para abastecer hospitais e estações de tratamento de água está acabando”.

O secretário-geral adicionou que “os necrotérios estão lotados. As lojas estão vazias. A situação do saneamento é péssima. Assistimos a um aumento de doenças respiratórias, especialmente entre as crianças. Uma população inteira está traumatizada. Nenhum lugar é seguro.”

Respeito pelas regras da guerra

Ele ressaltou que os abrigos da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, estão quase quatro vezes mais cheios do que a sua capacidade total “e estão sendo atingidos por bombardeios”.

O chefe das Nações Unidas afirmou que “todos aqueles com influência devem exercê-la para garantir o respeito pelas regras da guerra, acabar com o sofrimento e evitar uma propagação do conflito que poderia engolir toda a região”.

Renovando os seus apelos a um cessar-fogo humanitário, o secretário-geral sublinhou que o direito humanitário internacional deve ser respeitado.

Aumento do antissemitismo e islamofobia

Neste sábado, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse estar revoltado com o aumento acentuado de casos de antissemitismo, islamofobia e outros discursos de ódio, tanto online como offline, desde 7 de outubro.

Turk disse que o impacto desta crise foi “dramático” a nível regional e global e que “isso enviou ondas de choque por todas as regiões, desumanizando tanto palestinos como judeus”.

O chefe de direitos humanos afirmou que assistimos a um “aumento acentuado do discurso de ódio, da violência e da discriminação, ao aprofundamento das fraturas sociais e da polarização, juntamente com a negação dos direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica”.

Ele afirmou que ouviu de judeus e muçulmanos que eles não se sentem seguros.

Turk destaca que os ataques islamofóbicos e antissemitas se espalharam pelo mundo, inclusive no contexto de protestos relacionados com o conflito.

“Casas e edifícios religiosos foram desfigurados com símbolos ameaçadores, juntamente com outras imagens e mensagens destinadas a assustar e provocar ódio. A retórica inflamatória, tóxica e odiosa também tem sido utilizada pelos líderes políticos”, disse ele.

*Com informações da ONU News.


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