A busca por um atalho para o sucesso acadêmico é uma aspiração comum entre estudantes, e nos últimos tempos, uma prática que tem chamado a atenção é o uso de medicamentos estimulantes, como a Ritalina, para aumentar o foco e melhorar o desempenho nos estudos e nas provas, incluindo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Contudo, um estudo recente publicado na Science Advances lança luz sobre essa prática, questionando sua eficácia.
O professor de biologia Paulo Jubilut, fundador da plataforma de educação Aprova Total, é categórico em afirmar que a ideia de uma “pílula mágica” capaz de turbinar a inteligência e a concentração é um mito. Segundo ele, medicamentos como a Ritalina, originalmente prescritos para tratar Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), não são uma solução milagrosa para melhorar o desempenho acadêmico de alunos saudáveis.
O estudo em questão analisou três medicamentos comuns utilizados para essa finalidade: Ritalina, dexanfetamina e Modafinil. Quarenta voluntários realizaram tarefas lógico-matemáticas quatro vezes, cada vez ingerindo um desses medicamentos ou um placebo. Os resultados foram surpreendentes: embora os participantes se dedicassem mais às tarefas quando tomavam os medicamentos, seu desempenho era pior do que quando usavam o placebo. Em outras palavras, apesar do esforço adicional, as “pílulas inteligentes” não levaram a um desempenho de maior qualidade.
Paulo Jubilut reforça a importância de entender que estar motivado e alerta não é o mesmo que produzir um trabalho de qualidade. Além disso, ele destaca que os medicamentos como a Ritalina são essenciais para pessoas diagnosticadas com TDAH e que a falta desses remédios nas farmácias pode prejudicar aqueles que realmente dependem deles.
Para o professor, existem métodos mais saudáveis e comprovados para estimular a aprendizagem, como a prática regular de exercícios, uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis. Ele enfatiza que não há atalhos para o sucesso nos estudos e que a busca por soluções rápidas pode ser prejudicial a longo prazo.
É fundamental lembrar que o diagnóstico e a prescrição de medicamentos como a Ritalina devem ser realizados por profissionais de saúde, após uma avaliação completa do paciente. O uso irresponsável desses medicamentos pode ter sérias consequências para a saúde. Portanto, a mensagem principal é clara: não existe uma “pílula mágica” para o sucesso nos estudos, e o caminho para o aprendizado eficaz envolve práticas saudáveis e dedicação genuína.
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