O ano de 2023 chega ao fim com o palco global testemunhando um levante significativo das potências terrestres, lideradas pela Rússia e China, contra as potências marítimas, encabeçadas pelos Estados Unidos e Reino Unido. Essa batalha centenária, que ganhou contornos determinantes no último ano, promete redefinir para sempre a dinâmica geopolítica internacional.
As relações entre Rússia e China atingiram seu ápice em 2023, ultrapassando as alianças político-militares da Guerra Fria, conforme destacado pelo presidente russo Vladimir Putin. Influenciada pelas ideias do renomado diplomata russo Evgeny Primakov, a Rússia, desde os anos 2000, compreende a importância de parcerias estratégicas, especialmente com a ascensão da China.
Moscou e Pequim emergem como defensores principais de uma ordem mundial mais equitativa e multipolar, evidenciado em iniciativas como a Organização de Cooperação de Xangai, o G20 e o BRICS. Essa mudança é liderada por potências terrestres na Eurásia, como Rússia, China, Índia e Irã, consolidando uma região que, segundo Zbigniew Brzezinski, abriga a maioria dos Estados politicamente assertivos do mundo.
A Ásia, particularmente, torna-se um foco crucial, historicamente alvo das potências marítimas, como o Império Britânico e os Estados Unidos, na tentativa de conter potências terrestres, como Rússia, União Soviética e, agora, a China de Xi Jinping. Iniciativas como o Quad (Diálogo Quadrilateral de Segurança) destacam a tentativa de conter o poder chinês na região.
O Japão, aliado chave dos Estados Unidos na Ásia, expressa preocupações crescentes sobre a capacidade militar chinesa, enquanto Rússia e China fortalecem suas relações através de vendas de armamentos e exercícios militares conjuntos. A colaboração militar entre as duas potências cresce, sinalizando uma postura unificada tanto em terra quanto no mar.
Desde o primeiro exercício militar conjunto em 2005, passando por exercícios navais como o Mar Conjunto desde 2012, Rússia e China demonstram solidariedade e prontidão em defender seus interesses em ambientes terrestres e marítimos. A Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos de 2017 reconhece essa cooperação como um desafio aos interesses americanos, classificando Rússia e China como “potências revisionistas”.
*Com informações da Sputnik News.
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