A onda de calor que assola o Brasil desde setembro deste ano está gerando sérias ameaças à produção agrícola, com potenciais consequências para os preços dos alimentos, alerta a economista e professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Nadja Heiderich. As temperaturas extremas, que frequentemente ultrapassam os 40°C, têm impactado negativamente o desenvolvimento das lavouras, especialmente as de milho e soja da segunda safra.
Segundo a especialista, essas lavouras são cruciais para a produção total de milho e soja no Brasil, representando cerca de 70% da safra desses grãos. Dados da Embrapa indicam que a onda de calor pode resultar em uma redução de até 10% na produtividade da soja e de até 15% na do milho.
“A soja e o milho são pilares da agricultura brasileira, contribuindo significativamente para a produção de grãos do país. A soja, em particular, é um produto-chave nas exportações agrícolas brasileiras, enquanto o milho desempenha um papel crucial na alimentação animal e humana”, destaca Nadja.
A diminuição na produção desses grãos pode acarretar escassez global de soja, resultando em aumentos nos preços da soja, óleo de soja e farinha de soja. Esses produtos são essenciais para a produção de uma ampla variedade de alimentos, incluindo biscoitos, salgadinhos e maioneses. Além disso, a redução na produção de milho pode impactar os preços do grão, afetando setores como carne, laticínios e rações para o gado.
A preocupação se estende também a frutas, legumes e verduras, cuja produção pode ser afetada pela onda de calor, potencialmente resultando em escassez e aumento nos preços. O governo federal está monitorando de perto a situação e adotando medidas para mitigar os efeitos, embora os impactos possam perdurar por meses até que as temperaturas se normalizem.
A escalada nos preços dos alimentos não é uma preocupação exclusiva do Brasil. A guerra na Ucrânia, um importante produtor global de commodities agrícolas, também contribui para o aumento dos preços dos alimentos em todo o mundo. No contexto brasileiro, o encarecimento dos alimentos pode impactar de maneira significativa a população mais vulnerável economicamente, que já destina uma parcela substancial de sua renda para a alimentação.
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