Operação revela jornada exaustiva e uso de drogas por caminhoneiros

Operação conjunta do Ministério Público do Trabalho, Polícia Rodoviária Federal e Ministério do Trabalho e Emprego aponta dados alarmantes sobre a rotina de motoristas profissionais no Brasil.
Operação conjunta do Ministério Público do Trabalho, Polícia Rodoviária Federal e Ministério do Trabalho e Emprego aponta dados alarmantes sobre a rotina de motoristas profissionais no Brasil.

Uma operação realizada de forma conjunta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelou dados alarmantes sobre a jornada de trabalho e o uso de drogas por caminhoneiros no país. A Operação Jornada Legal analisou a rotina de motoristas profissionais, revelando que 25,47% trabalham mais de 13 horas por dia, enquanto 56,6% têm uma jornada média entre nove e 12 horas diárias.

Os resultados mostram que 18,87% dos motoristas utilizam substâncias químicas, sendo que 2,83% afirmam fazer uso diário. A principal justificativa para o consumo é evitar o sono, mencionada por 77,2% dos entrevistados. Quando se observa aqueles que trabalham mais de 16 horas, o percentual de profissionais que admitiram utilizar alguma substância sobe para 50%.

Os testes laboratoriais realizados nos entrevistados apontaram que a cocaína é a droga mais utilizada (70%), seguida por maconha (15%), opióides (10%) e anfetaminas (5%). Em relação ao descanso, 12,26% dos motoristas dormem apenas entre quatro e cinco horas por dia, enquanto 58,49% descansam entre seis e oito horas. Cerca de 47,1% relatam fazer intervalo de menos de oito horas entre um dia e outro de trabalho, descumprindo a Lei dos Caminhoneiros, que estabelece 11 horas de descanso.

A Operação resultou na autuação de um em cada quatro motoristas fiscalizados por descumprimento da legislação sobre descanso. Ao longo de 2023, foram mais de 32 mil autos de infração, representando aproximadamente 33% do total de motoristas fiscalizados (cerca de 90 mil). O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando Oliveira, destaca a pressão enfrentada pelos caminhoneiros para cumprir horários de entrega, ressaltando que a exaustão pode representar riscos não apenas para os motoristas, mas também para outros usuários das rodovias.


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