O Bioma Pampa, que abrange mais de dois terços do território gaúcho, enfrenta uma crise ambiental com o rápido desaparecimento de sua fauna e flora. Um estudo da MapBiomas Pampa revela que, entre 1985 e 2022, o Pampa perdeu 2,9 milhões de hectares, equivalente a 58 vezes a área de Porto Alegre, resultando em uma redução de 32% da cobertura original. No Dia Nacional do Bioma Pampa, celebrado neste domingo (17/12/2023), o cenário é sombrio, pois o Pampa é o bioma menos protegido do Brasil.
A monocultura de grãos e a silvicultura emergem como as principais ameaças, avançando sobre as áreas de vegetação campestre, com pouco mais de um metro de altura. O estudo, baseado em imagens de satélite, destaca que a vegetação campestre do Pampa Sul-Americano, compartilhado por Brasil, Argentina e Uruguai, sofreu uma perda de 20%, incluindo 9,1 milhões de hectares de campos nativos no mesmo período.
O biólogo e professor Paulo Brack, especialista em ecologia, alerta para a gravidade da situação, destacando a rápida substituição dos campos nativos por plantios de soja e a expansão da silvicultura. O uso agrícola do solo avançou 2,1 milhões de hectares, e a silvicultura aumentou em impressionantes 1.667%. Brack ressalta que a pecuária, uma atividade naturalmente adaptada ao bioma, deveria ser incentivada, oferecendo uma alternativa sustentável.
O estudo também aponta que o turismo ecológico, a criação de frutíferas nativas e a agricultura familiar podem contribuir para a preservação do Pampa. Brack enfatiza a importância da criação de mais unidades de conservação, destacando a APA de Ibirapuitã como um exemplo bem-sucedido. No entanto, ele lamenta a falta de iniciativas governamentais para proteger esse patrimônio.
Atualmente, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aguarda votação no Senado para incluir o Pampa como patrimônio nacional, reconhecendo a urgência de preservar esse ecossistema único. O bioma, que ocupa 178 mil quilômetros quadrados no Brasil, abriga uma vasta diversidade de flora e fauna, mas 49 espécies animais e 146 plantas estão ameaçadas de extinção.
*Com informações da Agência Brasil.
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