A União Europeia (UE) está dando um passo significativo em direção a uma economia mais verde ao anunciar um investimento massivo de 2 bilhões de euros para a construção de uma gigantesca usina de hidrogênio verde e amônia no Piauí, Brasil. A presidente da UE, Ursula Von der Leyen, revelou detalhes do projeto durante sua participação na Semana Europeia do Hidrogênio, em Bruxelas, destacando que será um dos maiores empreendimentos do mundo nessa área.
O projeto será localizado em Parnaíba, no Piauí, e está programado para iniciar as obras no final de 2024, com a operação prevista para 2026. Essa iniciativa faz parte do programa Global Gateway da União Europeia, cujo objetivo é mobilizar 300 bilhões de euros até 2027 para apoiar projetos sustentáveis de infraestrutura globalmente. O compromisso com o Brasil foi firmado em junho, após reunião entre Von der Leyen e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
A usina utilizará a infraestrutura do Porto de Luís Correia, no Piauí, para exportar hidrogênio como combustível para a Ilha de Krk, na Croácia, atendendo compradores industriais no sudeste da Europa. O gerente de Análise e Informações ao Mercado da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Ricardo Gedra, destaca a importância desse investimento, pois a Europa precisará importar hidrogênio renovável, uma vez que não consegue produzir a quantidade necessária.
O Brasil, com seu potencial de produzir 1,8 Gigatonelada de hidrogênio de baixa emissão por ano, é considerado um candidato ideal para exportar para mercados compradores, como a União Europeia. Esse movimento não só impulsiona o país como líder na produção de hidrogênio verde, mas também proporciona oportunidades para modificar sua matriz energética, aproveitando fontes como biomassa, energia eólica e solar.
No cenário político nacional, há projetos de lei e comissões especiais em andamento no Congresso Nacional, buscando estabelecer políticas regulatórias e incentivos para a produção de hidrogênio verde no Brasil. O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) expressou otimismo com o investimento da UE, vendo-o como um reconhecimento do potencial brasileiro para crescer na geração de hidrogênio verde e modificar sua matriz energética.
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