Reportagem de Por Marcela Mattos, publicada nesta sexta-feira (29/12/2023) na Revista Veja, revela que ao se aproximar do encerramento de 2023, a Bahia se destaca no cenário nacional, mas de maneira preocupante: lidera três importantes indicadores de violência, segundo dados divulgados pelo Ministério da Justiça. O estado assume o topo do ranking em homicídios dolosos, mortes por ação policial e lesões corporais seguidas de morte. Os números alarmantes referem-se ao período de janeiro a outubro deste ano e evidenciam o desafio crescente enfrentado pelas autoridades de segurança pública.
Os dados revelam que a Bahia registrou 3.895 homicídios dolosos, uma média de 13 por dia, superando estados como Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará. Esse índice, embora alarmante, não representa uma novidade para a Bahia, que já liderou a estatística no ano anterior com quase 5 mil casos, mantendo praticamente a mesma média.
A violência desencadeou um clima de terror no estado ao longo do ano, com constantes tiroteios entre facções criminosas, resultando na suspensão de aulas em escolas e universidades, fechamento de estabelecimentos comerciais e comunidades sitiadas. A disputa territorial entre facções como o PCC e o Comando Vermelho tem sido a principal causa dos conflitos.
Além dos altos índices de homicídios, a reação das forças de segurança locais também é motivo de preocupação. A Bahia lidera os casos de letalidade policial, com 1.410 registros até outubro deste ano, quase o dobro do segundo colocado, o Rio de Janeiro, com 770 casos. O estado já havia alcançado esse triste feito no ano passado, com 1.468 mortes provocadas por policiais.
Os dados ainda revelam que a Bahia está à frente nos índices de lesão corporal seguida de morte, com 70 casos, representando 14% de todos os registros no país.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública já havia alertado sobre o descontrole na segurança na Bahia, com dados de 2022 indicando altos índices de letalidade policial e violência. Esses números foram inicialmente contestados pelo ex-governador e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa. No entanto, os dados divulgados agora pelo Ministério da Justiça reforçam as preocupações anteriormente apresentadas.
O governo da Bahia, por meio da Secretaria de Segurança Pública, respondeu às críticas destacando que o trabalho realizado ao longo de 2023 foi baseado nos eixos de integração, inteligência e investimento. Alega uma redução de 6% nas mortes violentas e uma diminuição de 22% nos latrocínios. Destaca ainda a implementação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que resultou em operações bem-sucedidas e na captura de milhares de pessoas envolvidas em práticas criminosas. O governo ressalta a contratação de novos policiais e investimentos constantes em capacitação e tecnologia para preservar vidas.
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