Forças Armadas do Brasil agem como polícia e não estão prontas para embate externo, diz analista

Recentemente, analistas apontam que Forças Armadas da região agem mais como polícia e menos para embates externos, levantando questões sobre a alocação de recursos.
Recentemente, analistas apontam que Forças Armadas da região agem mais como polícia e menos para embates externos, levantando questões sobre a alocação de recursos.

As recentes tensões geopolíticas na América Latina, especialmente na região de Essequibo, reacenderam debates sobre os gastos militares na região. Embora o contexto internacional gere discussões sobre o aumento desses investimentos, analistas alertam que as Forças Armadas, em grande parte, estão focadas em operações semelhantes às policiais e destinam mais recursos a pessoal do que à ciência e tecnologia.

Segundo dados do SIPRI e IISS, os gastos militares na América Latina estão entre os menores do mundo, representando apenas 2,6% do total global. Enquanto líderanças brasileiras expressam preocupação com a crescente presença dos EUA na Amazônia, o orçamento militar brasileiro em 2022 foi de US$ 22,6 bilhões, significativamente inferior aos US$ 766 bilhões dos EUA, mas superior aos de seus vizinhos.

A professora Adriana Marques, especialista em defesa e gestão estratégica internacional, destaca que as Forças Armadas da região têm historicamente focado mais na manutenção da ordem interna do que na segurança externa, uma herança do passado colonial. Isso se reflete nos equipamentos adquiridos, com ênfase em operações similares às policiais.

A recente atuação das Forças Armadas brasileiras em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLOs) em portos e aeroportos exemplifica essa orientação mais policial. A professora alerta que a frequência dessas operações levou à “policialização” das Forças Armadas, um padrão que pode ser observado em toda a América Latina.

A complexidade do cenário geopolítico global, agravada por eventos como o conflito ucraniano e israelo-palestino, pode levar a um aumento dos gastos militares mundiais. No Brasil, o Ministério da Defesa busca aprovar um projeto de emenda constitucional que prevê um investimento mínimo de 2% do PIB em projetos de defesa. No entanto, analistas como a pesquisadora Alana Monteiro questionam a qualidade dos gastos, destacando a falta de supervisão política ou civil eficaz.

Embora o Brasil lidere numericamente as Forças Armadas na região, dados do IISS indicam que em termos de tecnologia, a situação é diferente. A qualidade dos equipamentos, especialmente em categorias como caças e tanques de batalha, revela que a liderança militar do Brasil não é incontestável. A dependência de importações e a fraca autonomia nas bases industriais também são apontadas como desafios.

Aumentar os gastos com defesa pode ser uma resposta à complexidade geopolítica global, mas é fundamental avaliar como esses recursos serão alocados e se resultarão em desenvolvimento tecnológico e geração de empregos. Analistas concordam que melhorar a qualidade dos gastos e garantir uma supervisão eficaz são passos cruciais para que os investimentos em defesa realmente fortaleçam as capacidades da região.

*Com informações da Sputnik News.


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