O território Yanomami, no Brasil, enfrenta uma crise humanitária devastadora decorrente do aumento do garimpo ilegal, com facções criminosas ocupando vastas áreas. Apesar das alegadas prioridades do governo federal em expulsar garimpeiros e garantir assistência às comunidades indígenas, a situação persiste como um desafio significativo. A ministra dos povos indígenas, Sônia Guajajara, reconheceu as limitações, incluindo a escassez de aeronaves para acessar a reserva e a impossibilidade de uma solução definitiva em 2024.
A atividade ilegal, que ganhou força na gestão de Jair Bolsonaro, devastou mais de 5.400 hectares da reserva, com 6% adicionais comprometidos apenas no último ano. Os números alarmantes revelam que, apesar das medidas de emergência, o número de mortes indígenas permanece elevado, com 308 óbitos em 2023, incluindo 50% de crianças com menos de 5 anos. O presidente do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental, Marcio Santilli, alerta para a presença de grupos armados associados ao garimpo, que não apenas representam perigo, mas também alimentam o crime organizado, incluindo o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro.
A resposta do governo, apesar de esforços em áreas como Meio Ambiente, Direitos Humanos e Povos Indígenas, é considerada insuficiente. A articulação militar e a presença efetiva nas áreas invadidas são apontadas como falhas críticas, especialmente diante de um garimpo mais perigoso e armado. A situação envolve grupos que, além de praticarem o garimpo ilegal, estão vinculados a atividades criminosas mais amplas. Para combater efetivamente esses criminosos, especialistas indicam a necessidade de uma parceria com o governo da Venezuela, já que parte da infraestrutura de apoio está em território venezuelano.
A contaminação da água com mercúrio, utilizado no garimpo, agrava os problemas de saúde dos Yanomami, gerando desnutrição e comprometendo a capacidade produtiva da comunidade. Diante das pressões, o governo brasileiro anunciou medidas, incluindo a criação de um posto permanente em Roraima. No entanto, líderes indígenas expressam preocupações com a falta de consulta e temem que o orçamento seja direcionado para burocracia, sem resolver efetivamente a tragédia Yanomami.
*Com informações da RFI.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




