Índices de Violência apresentam redução no Brasil em 2023, mas desafios na gestão da Segurança persistem

Dados do Ministério da Justiça revelam queda nos índices de violência em 2023, porém, especialistas apontam desafios na gestão da segurança pública, especialmente em regiões como o Norte do país.
Dados do Ministério da Justiça revelam queda nos índices de violência em 2023, porém, especialistas apontam desafios na gestão da segurança pública, especialmente em regiões como o Norte do país.

No cenário brasileiro, o ano de 2023 registrou uma redução significativa de 4% nos principais índices de violência, incluindo homicídios, feminicídios e latrocínios, de janeiro a outubro, comparado a 2022, conforme dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Entretanto, a análise mais detalhada revela desafios, principalmente em regiões como o Norte, que enfrentou um aumento de 5,72% nas ocorrências, totalizando 8.361 vítimas, equivalentes a 28 por dia.

O estado da Bahia destaca-se com o maior número de homicídios dolosos do país, somando 3.895 casos, aproximadamente 102 mortes diárias. Especialistas, como o professor Alexandre Rocha, do Ceppac/UnB, alertam para a necessidade de uma abordagem regionalizada na segurança pública, considerando o avanço do crime organizado em áreas específicas.

Apesar da redução em estados como Rio de Janeiro (5,92%) e São Paulo (23,34%), o número de feminicídios permanece alarmante, totalizando 1.158 vítimas em todo o país. O professor Rocha destaca a falta de medidas coordenadas entre estados e governo federal para mitigar esses crimes.

O cientista político Antônio Flávio Testa, da Universidade de Brasília, critica a gestão da segurança pública, afirmando que o governo federal não tem adotado medidas efetivas. A discussão sobre a recriação do Ministério da Segurança Pública é um ponto de tensão, com o governo alegando que a responsabilidade é dos governadores.

A intervenção policial também é um aspecto relevante, com a Bahia registrando um aumento de 7,63% nas mortes por intervenção policial, enquanto a taxa nacional apresentou queda de 3,64%. Rocha destaca a relação direta entre o discurso do governo e a letalidade policial, ressaltando a dinâmica crescente de confrontos em um contexto de maior repressão.

No que diz respeito às apreensões, os números indicam um aumento expressivo de 85% na quantidade de maconha apreendida (1.071.132 quilos) e 36% de cocaína (117.831 quilos). Além disso, 85.388 armas de fogo foram apreendidas, representando um aumento de 1,54% em relação a 2022.


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