Na Cúpula do G77+China, realizada em Kampala, Uganda, António Guterres, secretário-geral da ONU, focalizou seus discursos na urgência de reformar as instituições globais, destacando a incapacidade do sistema financeiro global em fornecer uma rede de segurança adequada para países em desenvolvimento. Guterres propôs uma revisão dessas instituições para que se tornem “verdadeiramente universais” e capazes de atender às necessidades emergentes dos países do Sul Global.
O secretário-geral delineou um cenário global que enfrenta erosão democrática, aumento do populismo e extremismo, juntamente com preocupações sobre mudanças climáticas, desconfiança nas instituições e uma economia hesitante. Guterres questionou a relevância de instituições globais, como o Conselho de Segurança e o sistema de Bretton Woods, que ainda refletem realidades do mundo há oito décadas.
Em particular, Guterres expressou perplexidade sobre a ausência de membros permanentes africanos no Conselho de Segurança e classificou o sistema financeiro global como “ultrapassado, disfuncional e injusto”. O secretário-geral acredita que a Cimeira do Futuro, agendada para setembro, será crucial para atualizar essas instituições e alinhá-las aos desafios contemporâneos dos países em desenvolvimento.
No discurso, Guterres também mostrou otimismo em relação à Nova Agenda para a Paz da ONU, destacando iniciativas para lidar com desafios como desarmamento, prevenção de conflitos e ameaças à segurança, incluindo aquelas associadas à inteligência artificial. Além disso, o secretário-geral reiterou sua preocupação com o conflito em Gaza, enfatizando a recusa de Israel em aceitar a solução de dois Estados como “totalmente inaceitável” e alertando sobre a possibilidade de uma escalada na região do Oriente Médio.
*Com informações da ONU News.
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