Navegar é preciso: Por que investir na Marinha Mercante é mais estratégico que nunca para o Brasil?

Com o transporte marítimo responsável por 95% das importações e 91% das exportações do Brasil, a Marinha Mercante enfrenta desafios cruciais em 2024.
Com o transporte marítimo responsável por 95% das importações e 91% das exportações do Brasil, a Marinha Mercante enfrenta desafios cruciais em 2024.

O Brasil, com seu extenso litoral de mais de 7,3 mil quilômetros, enfrenta o desafio crucial de investir na Marinha Mercante, responsável por 95% das importações e 91% das exportações do país, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Em meio ao cenário, marcado pelo Dia da Marinha Mercante Brasileira, analistas destacam a importância estratégica do setor e os obstáculos que precisam ser superados.

De acordo com Aluísio de Souza Sobreira, diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a competitividade da Marinha Mercante depende crucialmente do investimento estatal na indústria naval. Ele ressalta a necessidade de construir embarcações localmente para fortalecer a economia e gerar empregos. O Brasil, apesar de ser um grande produtor de aço, carece de competitividade na construção naval em comparação com países como Japão e China.

Jéssica Germano, doutora em estudos marítimos, destaca a urgência de incentivos públicos para o desenvolvimento da indústria nacional, gerando empregos e promovendo a tecnologia agregada. A falta de estaleiros para navios de grande porte no Brasil resulta na necessidade de enviar essas embarcações para reparos na Ásia, impactando negativamente a eficiência do setor.

O desafio tecnológico é evidente, especialmente em um mundo cada vez mais digital. A cibersegurança e a digitalização do espaço marítimo são consideradas essenciais para uma Marinha Mercante forte. Enquanto alguns países desenvolvem embarcações autônomas, o Brasil ainda enfrenta atrasos nesse aspecto. A logística, como o transbordo de cargas, carece de equipamentos atualizados, destacam os especialistas.

A transição para uma energia mais limpa também é uma demanda crescente. Com rebocadores utilizando tecnologia mais sustentável, os especialistas apontam a necessidade de investir em tecnologias que reduzam emissões e tornem as embarcações mais eficientes. No entanto, o Brasil ainda está atrás de outros países nesse aspecto, destacando a importância da “tripla hélice” envolvendo Academia, Estado e setor privado para impulsionar pesquisas e desenvolvimento tecnológico.

*Com informações da Sputnik News.


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