A região de Valparaíso, no centro do Chile, enfrenta uma das maiores tragédias dos últimos anos, conforme declarou o presidente Gabriel Boric, diante dos incêndios que já ceifaram pelo menos 64 vidas, segundo o último balanço divulgado neste domingo (04/02/2024). O chefe de estado afirmou que esse número tende a aumentar significativamente, evidenciando a gravidade da situação.
As chamas devastaram áreas residenciais inteiras, deixando um rastro de destruição que inclui carros carbonizados e dezenas de milhares de hectares de floresta reduzidos a cinzas. Mesmo após três dias consecutivos de intensa batalha, os bombeiros ainda combatem dezenas de focos de incêndio no centro e sul do Chile.
O presidente Boric, em visita a Quilpué, nos arredores de Viña del Mar, lamentou a dimensão da tragédia, comparando-a ao terramoto de 2010 que deixou mais de 500 mortos no país. A ministra do Interior, Carolina Toha, destacou que as condições meteorológicas recentes oferecem alguma esperança, com temperaturas mais baixas e elevada umidade, facilitando as operações de combate ao fogo e o atendimento às vítimas.
Entre os relatos de sobreviventes, destaca-se o de Lilian Rojas, que viu sua comunidade em Viña del Mar ser arrasada pelas chamas, e Rodrigo Pulgar, que descreveu a cena como um “inferno”, com explosões e cinzas caindo do céu. A situação mobilizou não apenas as autoridades locais, mas também chamou a atenção internacional, com o Papa Francisco expressando suas preces pelas vítimas.
A onda de calor que assola o Chile, resultado do fenômeno climático El Niño, não só intensificou os incêndios, como também representa uma ameaça iminente para outros países da região, incluindo Argentina, Paraguai e Brasil.
*Com informações da RFI.
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