No último domingo (04/02/2024), El Salvador assistiu à reeleição de Nayib Bukele, em uma vitória avassaladora que reforçou ainda mais o domínio do presidente sobre o país. Com uma autodeclaração de vitória com 85% dos votos, Bukele consolidou seu poder, enquanto seu partido, o Nuevas Ideas, conquistou 58 dos 60 assentos na Assembleia, assegurando o controle do Legislativo. Esse cenário político tem levantado questões sobre o significado dessa reeleição para o futuro de El Salvador.
O governo de Bukele é caracterizado por uma abordagem rígida no combate à violência, uma das principais preocupações do país. Embora tenha alcançado reduções significativas nos índices de homicídios, há preocupações sobre possíveis violações de direitos humanos, especialmente devido ao estado de exceção declarado em março de 2022, que concedeu poderes extraordinários ao governo, incluindo detenções baseadas em denúncias anônimas.
Em entrevista ao podcast Mundioka, Victor Cabral, doutorando em relações internacionais, destacou que Bukele se apresenta como uma figura de governança e segurança exemplar, ao mesmo tempo que critica a falta de vontade política em outros países para combater a criminalidade. No entanto, a abordagem do presidente levanta preocupações sobre o enfraquecimento institucional e a necessidade de avançar em direitos civis para garantir um equilíbrio em El Salvador.
A popularidade de Bukele desafia as normas políticas em meio a uma crise de democracia e polarização social, destacou a professora e pesquisadora Marcela Franzoni. Embora sua liderança tenha sido bem recebida pela população, seu segundo mandato enfrentará desafios significativos para além da segurança pública, exigindo uma abordagem mais abrangente para resolver as questões estruturais do país.
*Com informações da Sputnik News.
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