Nos últimos cinco anos, o Brasil enfrenta um preocupante crescimento na mortalidade no trânsito, revertendo uma tendência de queda observada entre 2014 e 2019. Com aproximadamente 34 mil mortes registradas em 2022, segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, o país se distancia ainda mais de alcançar as metas estipuladas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para redução de acidentes viários até 2030.
A análise de especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, além de avanços em fiscalização e infraestrutura, a crise econômica anterior influenciou positivamente na redução de acidentes. Contudo, o atual cenário de reaquecimento econômico gera apreensão quanto a uma possível escalada nas taxas de mortalidade. O pesquisador Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho ressalta a importância de políticas de segurança viária como medida fundamental para mitigar esse aumento.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, durante seu mandato entre 2019 e 2022, adotou medidas que podem ter contribuído para o cenário atual, como críticas à fiscalização de trânsito e flexibilização de punições. A remoção de radares de velocidade e o aumento do limite de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) foram algumas das ações que impactaram o cenário de segurança viária no país.
O desafio de reduzir as mortes nas estradas brasileiras se torna ainda mais complexo diante da disparidade regional e da diversidade do país. Enquanto algumas regiões, como Norte e Centro-Oeste, enfrentam um crescimento acelerado na mortalidade, outras, como o Nordeste, mantêm uma estabilidade em níveis elevados. A composição da frota, a qualidade da infraestrutura viária e as condições socioeconômicas são alguns dos fatores que influenciam essa disparidade.
Para alcançar a segurança viária almejada, especialistas enfatizam a necessidade de investimentos em fiscalização, coleta e análise de dados, e planejamento urbano voltado para a segurança. A mudança de paradigma, que priorize a segurança em detrimento da fluidez do tráfego, emerge como uma solução essencial para enfrentar o desafio das altas taxas de mortalidade no trânsito brasileiro.
*Com informações da DW.
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