Após uma visita ao estaleiro em Itaguaí, no Rio de Janeiro, o presidente da França, Emmanuel Macron, reuniu-se com empresários em São Paulo, na tarde de quarta-feira (27/03/2024), como parte do 8º Fórum Econômico Brasil-França. Acompanhado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Macron participou de uma série de agendas no Brasil, onde discutiu temas econômicos e comerciais.
Durante aproximadamente 20 minutos de discurso, Macron elogiou o potencial brasileiro na transição energética, especialmente na produção de energia limpa, mas expressou preocupação com o atual acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Para o presidente francês, o acordo, negociado há 20 anos, está desatualizado e não aborda questões cruciais como biodiversidade e clima. Macron enfatizou a dificuldade em defender o acordo, dada a disparidade nas regras ambientais entre os blocos.
Antes da fala de Macron, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a necessidade de persistência na busca por um acordo entre os blocos, ressaltando o potencial positivo para ambas as partes. Por outro lado, Macron insistiu na necessidade de um novo acordo que considere os objetivos de desenvolvimento, clima e biodiversidade de forma responsável.
O presidente Macron reiterou o compromisso da França com a descarbonização e destacou os investimentos franceses no Brasil, particularmente no setor de energias renováveis. O vice-presidente Geraldo Alckmin também enfatizou o compromisso do governo brasileiro com questões ambientais, prometendo zerar o desmatamento na Amazônia.
Além dos discursos, o Fórum Econômico incluiu diálogos setoriais e painéis empresariais com representantes de empresas francesas no Brasil, visando estimular a geração de negócios e promover novos acordos bilaterais entre os dois países.
Haddad defende persistência em acordo Mercosul-União Europeia
Durante o 8º Fórum Econômico Brasil-França realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a necessidade de perseverança na busca por um acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Em um discurso proferido na quarta-feira (27), Haddad enfatizou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuará insistindo em uma maior aproximação com a União Europeia, prevendo benefícios mútuos para ambas as partes.
Haddad comparou a busca por este acordo com a aprovação da reforma tributária no Brasil, salientando que, mesmo após 40 anos, o país finalmente conseguiu uma legislação que trouxe estabilidade ao caos tributário. No entanto, o ministro ressaltou a importância de não desistir do acordo entre os blocos, afirmando que é possível, após 20 anos de negociação, alcançar um pacto benéfico para ambas as partes.
O evento contou com a presença de empresários e representantes governamentais dos dois países, onde Antonio Ricardo Alvarez Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e Josué Gomes, presidente da Fiesp, reforçaram a importância de avançar nas negociações entre Mercosul e União Europeia, apesar dos desafios enfrentados.
Além disso, Haddad abordou a situação macroeconômica do Brasil, destacando a estabilidade da inflação e o crescimento do emprego. Ele expressou otimismo em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), sugerindo que as estimativas governamentais de 2,2% podem ser superadas, evidenciando uma economia em curso favorável e em expansão.
*Com informações da RFI e Agência Brasil.
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