A despeito das políticas públicas que levaram a sucessivas reduções no desmatamento na Amazônia, a degradação do bioma continua a avançar, abrangendo uma área alarmante de quase 163 mil quilômetros quadrados. Essa extensão é três vezes maior do que a área desmatada até março deste ano. Enquanto as atenções se voltam para o desmatamento, os números crescentes de degradação apontam para uma ameaça ainda mais sutil e de longo prazo para a maior floresta tropical do mundo.
De acordo com André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a degradação florestal tem recebido atenção nas políticas de enfrentamento ao desmatamento, mas a complexidade do problema exige medidas adicionais. A degradação, diferente do desmatamento, afeta os serviços ecossistêmicos da floresta de maneira mais sutil e prolongada, transformando-a internamente e comprometendo sua capacidade de cumprir funções vitais, como a regulação climática.
David Lapola, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destaca que a degradação florestal, embora menos visível que o desmatamento, pode ter impactos igualmente prejudiciais, como a diminuição da capacidade de reter carbono e a interferência no ciclo hidrológico. O monitoramento da degradação, no entanto, é um desafio, pois vai além dos eventos observáveis por imagens de satélite, exigindo metodologias mais complexas e precisas.
Atualmente, as políticas públicas ambientais se baseiam principalmente nos dados gerados por ferramentas como o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) e o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter). No entanto, esses sistemas são mais eficazes no monitoramento do desmatamento do que da degradação. Luiz Aragão, pesquisador do Inpe, destaca a necessidade de aprimoramento dos métodos de monitoramento para abordar a complexidade da degradação florestal.
À medida que o governo federal reconhece a importância de enfrentar a degradação, novas políticas e ações estão sendo desenvolvidas, incluindo iniciativas para apoiar municípios prioritários na redução da degradação e na promoção de práticas sustentáveis. No entanto, os desafios são muitos, e exigem uma abordagem integrada e colaborativa para proteger a Amazônia e garantir sua preservação para as futuras gerações.
*Com informações da Agência Brasil.
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