No período inicial da pandemia de Covid-19, o Brasil enfrentou não apenas os desafios da doença, mas também os perigos do uso indiscriminado de álcool líquido 70%. Um levantamento da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) revelou que cerca de 700 pessoas foram hospitalizadas devido a queimaduras causadas pelo manuseio inadequado do produto. Embora esse número seja significativo, não inclui os acidentes de menor gravidade que não resultaram em internações.
O médico infectologista Hemerson Luz destaca os riscos associados ao álcool líquido:
“O álcool 70 líquido é altamente inflamável, e o manuseio inadequado pode levar a acidentes graves, especialmente envolvendo crianças ou adultos que o utilizam para acender fogo”.
Essa preocupação levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a proibir a venda do álcool líquido 70% em 2002, devido ao alto número de casos de queimaduras e ingestões acidentais, principalmente em crianças.
No entanto, em 2020, durante o auge da pandemia de Covid-19, a Anvisa temporariamente liberou a comercialização do álcool líquido 70% para ajudar no combate ao vírus. Essa decisão resultou em um aumento significativo de acidentes, como explica o infectologista Francisco Job:
“O álcool e a gasolina são líquidos altamente voláteis, formando rapidamente uma nuvem de gás inflamável. O contato com o fogo pode causar explosões imprevisíveis, colocando em risco a segurança das pessoas”.
Diante do aumento alarmante de casos de queimaduras, a Anvisa decidiu novamente proibir a comercialização do álcool líquido 70%. Apesar disso, farmácias e supermercados ainda podem vender o produto até o final de abril, quando a proibição total entrará em vigor. Os especialistas enfatizam a importância de buscar alternativas seguras para a higienização, como o álcool em gel e desinfetantes à base de amônia, para evitar novos acidentes.
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