Jornalista Michael Shellenberger afirma ser alvo de investigações da PF sem evidências de infração; STF prossegue em atos que corrompem a Constituição Federal

Michael Shellenberger denuncia investigações da Polícia Federal sem indícios de violação da lei.
Michael Shellenberger denuncia investigações da Polícia Federal sem indícios de violação da lei.

O jornalista norte-americano Michael Shellenberger afirmou neste sábado (20/04/2024) que está sendo alvo de investigações da Polícia Federal (PF) sem indícios de que tenha infringido leis. Segundo Shellenberger, essas investigações foram instauradas a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Shellenberger solicitou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o ministro, a quem ele chamou de “autoritário brutal”.

O autor do Twitter Files, conhecido por revelar informações sensíveis sobre a plataforma, disse em um vídeo publicado em seu perfil no X (ex-Twitter) que a PF enviou dois relatórios sobre ele ao ministro, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os relatórios sobre as atividades de Shellenberger foram enviados na quinta-feira e sexta-feira (18 e 19 de abril).

No primeiro documento, a PF menciona o suposto descumprimento de ordens judiciais pelo X. Indica que alguns perfis, mesmo bloqueados, direcionaram os usuários para o Spaces, uma sala de conferência virtual na qual os usuários do X podem ouvir e ser ouvidos conforme o gerenciamento do anfitrião. O segundo relatório enviado a Moraes cita reportagens publicadas pelo jornalista, suas interações com o dono do X, Elon Musk, e a repercussão do caso.

“Alexandre de Moraes instrumentalizou a Polícia Federal, inclusive contra mim, por eu ter publicado os arquivos do Twitter no Brasil”, afirmou Shellenberger. Sobre os relatórios, disse que “consistem em uma gigantesca teoria da conspiração, sugerindo ligações e relacionamentos que simplesmente não existem“.

As informações sobre o perfil de Shellenberger foram incluídas nos relatórios, algo que, na avaliação do jornalista, tentaria indicar que ele é “suspeito” de atos ilegais.

“Os relatórios me colocam em destaque e sugerem que eu sou, de alguma forma, suspeito, apenas por eu ter pago por uma assinatura no X, uma assinatura que é paga para Elon Musk. Mas não há nada de suspeito nisso. Eu que estou pagando a Musk, não o contrário!“, declarou.

A defesa do X no Brasil negou ter habilitado o recurso aos perfis bloqueados. Disse também que 161 contas foram bloqueadas por ordem do STF e 65 por ordem do TSE.

O jornalista norte-americano disse que as ações de Moraes à frente da corte eleitoral configuram atos de censura e ataques contra ele. Disse também que Musk tomou “medidas extraordinárias” para garantir a liberdade de expressão.

Desde 6 de abril, o empresário nascido na África do Sul e naturalizado norte-americano em 2002 tem feito críticas às ordens judiciais direcionadas ao X expedidas por Moraes, a quem chamou de “ditador“. Musk disse que as decisões exigem que a plataforma viole as leis brasileiras. No mais recente comentário, Musk comparou Moraes ao personagem Voldemort, vilão da franquia Harry Potter.

A comparação se deu em resposta ao discurso de Moraes na noite de sexta-feira, durante o lançamento da pedra fundamental do Museu da Democracia, no Rio. O ministro disse –sem citar nomes– que a Justiça Eleitoral está sendo alvo de ataques de “irresponsáveis mercantilistas” ligados às redes sociais que “tratam o Brasil como colônia”.

“Ao chamar Elon Musk de mercantilista estrangeiro, Alexandre de Moraes está usando exatamente o mesmo tipo de retórica nacionalista que ele usou para acusar seus inimigos de utilizarem”, disse Shellenberger na publicação.

O jornalista norte-americano afirmou que o Congresso Nacional deveria abrir uma CPI contra os “os abusos de autoridade do Poder Judiciário”, ouvir “as vítimas da censura” e “descobrir como as plataformas de redes sociais foram obrigadas a se submeter ou a colaborar com o regime, mesmo violando as leis brasileiras e a própria Constituição Federal”.

“Agora é hora de o Congresso brasileiro agir contra o extremismo antidemocrático de Alexandre Moraes. E deve fazê-lo antes que o extremista Alexandre de Moraes comece a prender mais inimigos políticos, acabe com o X e, portanto, cerceie a liberdade de expressão no Brasil”.

*Com informações do Poder360.


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