O governo russo, por meio do porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, anunciou nesta quinta-feira (04/04/2024) que as relações entre Rússia e OTAN alcançaram um ponto de confronto direto. Peskov enfatizou que a expansão contínua da OTAN em direção às fronteiras russas e sua infraestrutura militar são fatores desestabilizadores que elevaram as tensões entre as partes.
As declarações de Peskov ecoam em um momento crucial, coincidindo com o 75º aniversário da OTAN e uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da aliança em Bruxelas. Nesse contexto, o embaixador russo na Bélgica, Aleksandr Tokovinin, expressou preocupações sobre a continuidade do confronto e o aumento das tensões na Europa, especialmente com a próxima cúpula da OTAN nos Estados Unidos, programada para julho.
A visão russa sobre a OTAN tem sido marcada por uma crescente desconfiança, com o presidente Vladimir Putin destacando repetidamente a expansão da aliança para o leste europeu após o fim da Guerra Fria. A incorporação de antigos membros do Pacto de Varsóvia e dos Estados Bálticos à OTAN foi percebida pela Rússia como uma ameaça à sua segurança nacional.
O embate entre Rússia e OTAN ganha contornos complexos à medida que os Estados membros da aliança reforçam sua presença nas proximidades das fronteiras russas e aumentam os gastos militares. Para Moscou, a escalada da crise na Ucrânia representa um risco de deslize para um confronto militar direto entre potências nucleares, com consequências catastróficas para a estabilidade global.
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