Renda dos 10% mais ricos é 14,4 vezes superior à dos 40% mais pobres, diz IBGE

Dados do IBGE apontam redução histórica na desigualdade de renda no Brasil.
Dados do IBGE apontam redução histórica na desigualdade de renda no Brasil.

A mais recente edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (19/04/2024), revela que, em 2023, os 10% da população brasileira com maiores rendimentos domiciliares per capita tiveram renda 14,4 vezes superior à dos 40% da população com menores rendimentos, marcando a menor diferença já registrada no país. O estudo destaca que essa redução da desigualdade pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo programas sociais como o Bolsa Família, a expansão do mercado de trabalho e o aumento do salário mínimo acima da inflação.

Os dados da PNAD Contínua indicam que, em 2023, os 10% da população com maior rendimento domiciliar per capita auferiram uma média mensal de R$ 7.580, enquanto os 40% com menor rendimento obtiveram R$ 527. Esses valores representam os maiores registrados para cada faixa de renda. Em uma comparação mais extrema, o 1% da população com maior rendimento teve uma renda mensal de R$ 20.664, chegando a ser 39,2 vezes superior à dos 40% com menor renda. Esse número, no entanto, é menor do que em anos anteriores, indicando uma tendência de redução da disparidade.

A pesquisa também aponta que, entre 2022 e 2023, houve um estreitamento da diferença de renda entre os diferentes estratos sociais. Enquanto o rendimento médio domiciliar por pessoa cresceu 11,5%, os 5% mais pobres registraram um aumento de 38,5%. Esse movimento pode ser explicado, em parte, pela implementação de programas sociais como o Bolsa Família, a expansão do mercado de trabalho e o aumento do salário mínimo acima da inflação.

Outro aspecto relevante da pesquisa é a análise da distribuição da massa de rendimentos em relação à população. Em 2023, essa massa atingiu R$ 398,3 bilhões, um crescimento de 12,2% em relação ao ano anterior. No entanto, a concentração de renda ainda é significativa: os 10% dos brasileiros com maior renda detinham 41% da massa de rendimentos, enquanto os 80% com menor renda respondiam por apenas 43,3%. Esses dados evidenciam a persistência da desigualdade de renda no país, apesar das melhorias observadas nos últimos anos.

O Índice de Gini, utilizado para medir a concentração de renda, permaneceu em 0,518 em 2023, o menor valor já registrado pela série histórica iniciada em 2012. Esse indicador, que varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de zero, menor a desigualdade, reflete os esforços para reduzir as disparidades sociais no Brasil. No entanto, o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto, destaca que, se considerarmos apenas o rendimento proveniente do trabalho, haveria uma pequena variação positiva no Índice de Gini, indicando um aumento da desigualdade. Esse efeito, no entanto, foi compensado pelos impactos positivos dos programas sociais, evidenciando a importância dessas políticas na promoção da igualdade de renda.

*Com informações da Agência Brasil.

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