Enquanto o Rio Grande do Sul enfrenta uma das maiores tragédias climáticas de sua história, especialistas apontam para a responsabilidade do governo estadual e de sua base política nas políticas ambientais que contribuíram para a catástrofe. De acordo com análise de Cláudio Couto, da PUC/SP, medidas adotadas pelo governo de Eduardo Leite (PSDB), como a flexibilização das regras ambientais, podem ter contribuído para agravar a situação.
“A rápida aprovação dessas medidas, sem considerar os alertas da sociedade, demonstra a negligência do governo estadual e de sua base política”, ressaltou Couto.
Ele também destacou a atuação da bancada ruralista do estado no Congresso Nacional, que defende propostas que desprotegem áreas importantes do meio ambiente, como os campos do Pampa.
Enquanto isso, o governo federal anunciou medidas de apoio ao estado, incluindo crédito a juro zero para empresas e produtores rurais afetados pela tragédia. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assegurou que o auxílio não prejudicará outros estados e ressaltou a importância de oferecer condições para que os gaúchos possam reconstruir suas vidas.
No entanto, a tragédia também pode gerar reflexões sobre a importância da agenda ambiental entre os eleitores e políticos. Couto acredita que parte do eleitorado pode repensar seu apoio a políticos com agendas antiambientais, especialmente aqueles que sofrem diretamente as consequências da degradação ambiental.
“Embora não esperemos uma mudança significativa de posição dos políticos, a tragédia pode sensibilizar alguns setores do eleitorado, especialmente os agricultores que enfrentam grandes perdas”, avaliou o analista.
No entanto, ele ressalta que nem todos os eleitores abandonarão o negacionismo ambiental, destacando a necessidade de um debate mais amplo sobre a proteção do meio ambiente.
*Com informações da RFI.
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