Nesta quinta-feira (06/06/2024), o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros, o primeiro movimento desse tipo desde 2019. A taxa de referência na zona do euro caiu para 3,75%, enquanto as taxas de refinanciamento e de empréstimos foram ajustadas para 4,25% e 4,5%, respectivamente. Esta medida é parte dos esforços contínuos do BCE para combater a inflação persistente na região, exacerbada pela pandemia de covid-19 e pela invasão russa da Ucrânia.
A zona do euro, que inclui 20 países – Alemanha, Áustria, Bélgica, Croácia, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta e Portugal – tem enfrentado dificuldades econômicas significativas. A inflação tem sido um problema persistente, forçando o BCE a aumentar as taxas de juros várias vezes desde a metade de 2022. Para 2024, o BCE projeta uma inflação de 2,5%, ligeiramente acima dos 2,3% previstos anteriormente e dos 2% fixados como meta. Para os anos seguintes, a expectativa é de uma queda gradual para 2,2% em 2025 e 1,9% em 2026.
Projeções econômicas e medidas do BCE
As projeções de crescimento econômico para a zona do euro também foram ajustadas. O BCE espera um crescimento de 0,9% em 2024, um pouco acima dos 0,6% inicialmente previstos. Para 2025, a previsão é de 1,4%, e para 2026, de 1,6%. Apesar das pressões inflacionárias terem diminuído e das expectativas de inflação terem reduzido em todos os horizontes, o BCE alerta que os preços elevados continuam a pressionar os consumidores, apesar dos aumentos salariais sucessivos.
Em comunicado, o BCE afirmou que manterá sua política de taxas restritivas “pelo tempo que for necessário” para garantir a estabilidade econômica. A presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçou essa postura cautelosa durante uma entrevista coletiva, mencionando que o ritmo de cortes futuros é “muito incerto” e que ainda haverão muitos “solavancos no caminho”.
Analistas de mercado compartilham da visão de cautela do BCE. Carsten Brzeski, economista do instituto de análise financeira e econômica ING, disse à agência de notícias AFP que a inflação persistente limitará o espaço para cortes adicionais na taxa de juros. Ele observou que o pronunciamento do BCE não oferece pistas claras sobre o caminho futuro.
Enquanto isso, o Banco Central americano (Fed) já sinalizou que atrasará os cortes de taxa de juros devido à inflação persistente. Essa postura pode influenciar o BCE a desacelerar seus próprios cortes para evitar uma desvalorização significativa do euro. Em um contexto econômico global volátil, a coordenação e a cautela entre os principais bancos centrais são fundamentais para mitigar riscos e promover a estabilidade.
*Com informações da DW.
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