O Rio Grande do Sul enfrenta sua maior crise climática dos últimos tempos, com 298 municípios, representando 60% do total, atingidos por deslizamentos, enxurradas ou inundações em maior ou menor grau. O desastre, desencadeado por seguidos temporais nos meses de abril e maio, trouxe prejuízos significativos para o estado, conforme revelado por um levantamento divulgado nesta quarta-feira (05/06/2024) pelo MapBiomas, iniciativa que analisa dados por meio de imagens de satélites.
O estudo revela que 73 cidades tiveram ao menos 10% da área afetada, totalizando 15.778 quilômetros quadrados, o que corresponde a 5,6% do território gaúcho. Para realizar essa análise, foram utilizadas imagens de satélite obtidas por sensores óticos e de radar, permitindo uma avaliação abrangente da extensão dos danos. Dos municípios mais impactados, Nova Santa Rita e Esteio destacam-se, com mais da metade de suas áreas afetadas.
Além dos danos urbanos, o desastre afetou severamente a atividade agropecuária, com 1,012 milhão de hectares atingidos, o equivalente a 64,2% do território utilizado para essa finalidade. Entretanto, o levantamento ressalta que alguns danos podem estar subestimados devido à presença de nuvens nas imagens de satélite.
No total, o estado contabiliza 572.781 pessoas desalojadas, com mais de 30,4 mil em abrigos e 41 consideradas desaparecidas. O número de mortes já chega a 172. Apesar da previsão de pouca chuva nos próximos dias, a população segue em alerta, enquanto o Lago Guaíba, que banha a região metropolitana de Porto Alegre, mantém-se abaixo da cota de inundação.
*Com informações da Agência Brasil.
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