Estratégia nacional de combate ao Aedes aegypti com larvicida é ampliada pelo Ministério da Saúde

Larvicida é utilizado para combate ao mosquito Aedes aegypti em estratégia nacional.
Larvicida é utilizado para combate ao mosquito Aedes aegypti em estratégia nacional.

O Ministério da Saúde oficializou a transformação da estratégia de uso de larvicidas em estações disseminadoras em política pública nacional para combate ao mosquito Aedes aegypti. Desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a iniciativa visa conter a proliferação do vetor responsável por arboviroses como dengue, zika e chikungunya, especialmente em áreas urbanas, incluindo cidades de maior porte.

A estratégia utiliza potes contendo água parada e larvicida piriproxifeno, distribuídos em locais estratégicos onde há maior incidência do mosquito. O larvicida impregnado no tecido sintético dos potes é atraente para as fêmeas do Aedes aegypti, que, ao pousarem para depositar ovos, carregam o larvicida consigo. Esse método tem demonstrado eficácia ao afetar o desenvolvimento das larvas e, consequentemente, reduzir a população de mosquitos na área tratada.

Segundo a nota informativa 25/2024 da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, a implementação das estações disseminadoras envolve um processo escalonado em cinco etapas: manifestação de interesse dos municípios, assinatura de acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde e Fiocruz, validação da estratégia pelos estados, capacitação dos agentes locais e monitoramento da implementação.

Inicialmente, a estratégia será expandida para 15 cidades selecionadas com base em critérios como alta densidade populacional, elevada incidência de arboviroses nos últimos dois anos, infestação significativa pelo Aedes aegypti e disponibilidade de equipe técnica operacional. A escolha visa maximizar o impacto da medida onde há maior necessidade e capacidade operacional para sua aplicação.

As estações disseminadoras de larvicidas representam uma inovação desenvolvida pelo Laboratório Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA) da Fiocruz. Estudos iniciados em 2016, financiados pelo Ministério da Saúde, demonstraram sua eficácia em 14 cidades brasileiras, abrangendo diferentes regiões do país.

De acordo com os pesquisadores, a dispersão do larvicida pelas fêmeas do mosquito permite alcançar criadouros em locais de difícil acesso e detecção, como imóveis fechados e áreas de urbanização precária. Além disso, a estratégia se mostrou adequada para ambientes como galpões de reciclagem, onde recipientes com água parada são comuns e desafiadores de serem eliminados.

Além das estações disseminadoras, outras tecnologias foram recomendadas pelo Ministério da Saúde no enfrentamento das arboviroses. Entre elas estão as ovitrampas para monitoramento populacional de mosquitos, borrifação residual intradomiciliar em áreas de grande infestação e métodos como inseto estéril por irradiação e uso da bactéria Wolbachia para bloqueio da transmissão viral.

A implementação dessas tecnologias não substitui as intervenções tradicionais, que incluem educação pública sobre eliminação de criadouros e inspeções domiciliares. A combinação de métodos visa maximizar a eficácia no controle das arboviroses, adaptando-se às especificidades epidemiológicas e ambientais de cada localidade.

*Com informações da Agência Brasil.


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