Em um arquivo recém-desclassificado pelo Arquivo de Segurança Nacional dos EUA, revela-se que o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, em 1994, debateu secretamente a possibilidade de integrar a Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Os documentos, redigidos por Alexander Vershbow e Nicholas Burns, detalham que a adesão da Ucrânia e dos Países Bálticos à OTAN era vista como uma medida estratégica para consolidar a influência ocidental na Europa Oriental, contrabalanceando a presença russa na região.
No memorando, os autores recomendaram desenvolver uma estratégia a longo prazo para a Ucrânia, enquanto simultaneamente aprofundavam a parceria da OTAN com a Rússia. No entanto, enfatizaram a necessidade de manter essas intenções em sigilo dentro da própria OTAN, devido às sensibilidades russas e ao potencial de criar atritos diplomáticos desnecessários.
As revelações surgem em um momento tenso nas relações entre Rússia e Ocidente, com Vladimir Putin recentemente destacando em entrevista a um jornalista americano que a Rússia se sentiu enganada pelo Ocidente após a dissolução da União Soviética. O presidente russo argumentou que a promessa de não expandir a OTAN para o leste foi quebrada, gerando desconfiança e tensões crescentes nas últimas décadas.
Os documentos desclassificados lançam luz sobre as complexidades das relações internacionais pós-Guerra Fria e as estratégias divergentes adotadas pelos Estados Unidos e pela Rússia na Europa Oriental. Enquanto os EUA planejavam discretamente expandir a influência da OTAN, a Rússia interpretou esses movimentos como uma ameaça direta à sua esfera de influência tradicional, alimentando um ambiente geopolítico instável que perdura até os dias atuais.
O impacto dessas revelações pode reacender o debate sobre as políticas de segurança e defesa da OTAN, bem como influenciar as futuras negociações internacionais entre os Estados Unidos, a Europa e a Rússia. A adesão da Ucrânia à OTAN continua sendo uma questão sensível e estratégica, refletindo não apenas considerações de segurança regional, mas também a dinâmica geopolítica global em evolução.
*Com informações da Sputnik News.
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