França devolve 607 artefatos indígenas ao Brasil, mas custos ficam a cargo do Governo Lula

Artefatos retornam após 19 anos na França, com disputa que durou mais de uma década.
Artefatos retornam após 19 anos na França, com disputa que durou mais de uma década.

Na quarta-feira (10/07/2024), uma coleção etnográfica composta por 607 artefatos indígenas retornou ao Brasil após 19 anos de permanência na França, superando em 15 anos o prazo previsto para a devolução. As peças, que incluem ornamentos corporais, instrumentos musicais e equipamentos de combate, pertencem a cerca de 40 etnias indígenas. O governo brasileiro decidiu assumir os custos de transporte, que totalizaram R$ 1 milhão, para encerrar a disputa em torno do acervo.

O Museu do Índio, localizado no Rio de Janeiro, recebeu os itens que, segundo autoridades brasileiras, estavam de forma irregular no Museu de História Natural de Lille, na França. O conjunto de artefatos foi inicialmente emprestado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), com a previsão de retorno em 2009. A situação gerou uma disputa que durou mais de uma década, a qual foi resolvida graças à atuação de técnicos do Museu do Índio, do Ministério Público Federal (MPF) e do Itamaraty.

De acordo com o coordenador de Patrimônio Cultural do Museu do Índio, Bruno Oliveira Aroni, a coleção é considerada única e seu valor é inestimável, uma vez que muitos dos itens não são mais fabricados pelas comunidades indígenas atuais. Entre os artefatos retornados estão objetos sagrados, como aqueles utilizados no Kuarup, um ritual de despedida dos mortos na região do Xingu.

A Embaixada do Brasil em Paris informou que o retorno dos artefatos foi o resultado de um longo processo de negociações, que envolveu o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e outras instituições. A embaixada também expressou agradecimentos às autoridades francesas pela colaboração na restituição da coleção etnográfica.

Entretanto, um comunicado do governo federal, divulgado em junho, destacou que o processo de recuperação enfrentou diversas dificuldades impostas pelos franceses. Apesar das negociações, os custos do transporte foram assumidos pelo Brasil, uma vez que os franceses se negaram a arcar com essas despesas. O valor foi destinado a uma transportadora especializada e o transporte foi realizado pela empresa aérea Latam.

*Com informações da RFI.


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