A venda da empresa brasileira de defesa Avibras para capital estrangeiro, destacada pela recente visita do comandante do Exército, Tomás Paiva, à China, gerou críticas do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP). Durante a visita, Paiva esteve na empresa de defesa Norinco, interessada em adquirir 49% da Avibras, situada em São José dos Campos.
De acordo com o deputado Luiz Philippe, a venda da Avibras ao capital estrangeiro compromete a tecnologia e mão de obra brasileiras, aumentando a vulnerabilidade estratégica do país. Em entrevista à Sputnik Brasil, ele afirmou que a manutenção da tecnologia bélica nacional é essencial para o poder dissuasório do Brasil. A venda resultaria na perda de engenheiros e tecnologia desenvolvidos ao longo de décadas.
O parlamentar acredita que a desarticulação da indústria de defesa nacional transforma o Brasil em um importador de equipamento bélico estrangeiro obsoleto. Segundo ele, nenhum país exporta tecnologia bélica de ponta, apenas tecnologia defasada. O deputado também destacou que a situação falimentar da Avibras é consequência da falta de linhas de financiamento para a indústria de defesa no Brasil, em contraste com as principais potências militares que dispõem de fontes públicas e privadas de financiamento.
Luiz Philippe revelou que os bancos brasileiros têm receio de financiar a indústria de defesa devido a pressões de agentes externos. Além disso, o governo não oferece orçamento adequado para o setor. Embora membro da Frente Parlamentar Mista pelo Livre Mercado, o deputado reconhece o papel central do Estado no desenvolvimento de capacidades militares e indústrias de defesa. Ele enfatizou que a indústria de defesa é estratégica e não pode ser abandonada pelo Estado.
O deputado destacou que o Brasil seria o único entre os países continentais a negligenciar sua indústria de defesa, demonstrando descaso com a proteção de suas fronteiras terrestres, marítimas, aéreas, aeroespaciais, cibernéticas e nucleares. Ele lamentou a ausência de uma política de segurança nacional e criticou o desvio de funções das Forças Armadas para atividades internas, em vez de se concentrarem na defesa externa.
O parlamentar afirmou que a deficiência brasileira na área de defesa é ainda mais prejudicial no atual contexto geopolítico, que ele classifica como anárquico. Para sobreviver nesse ambiente, o Brasil precisaria fortalecer sua capacidade militar. Luiz Philippe citou EUA, China, Índia e Rússia como exemplos de países que investem em suas indústrias de defesa, resultando em mão de obra qualificada, soberania tecnológica e capacidade militar.
Ele comparou o desenvolvimento do programa espacial da Índia e da China, países que há três décadas eram mais pobres que o Brasil, com a situação atual do país, argumentando que o setor de defesa seria primordial para o desenvolvimento nacional. O deputado concluiu que o Brasil precisará de muito planejamento para forjar e executar uma política de defesa eficaz, mas criticou o foco atual nos gastos com aposentadorias, que considera inócuos e perigosos para a segurança nacional.
*Com informações da Sputnik News.
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