Paul Kagame é reeleito presidente de Ruanda com 99% dos votos

Paul Kagame, líder da Frente Patriótica Ruandesa, inicia seu quarto mandato após vitória esmagadora nas eleições presidenciais de Ruanda.
Paul Kagame, líder da Frente Patriótica Ruandesa, inicia seu quarto mandato após vitória esmagadora nas eleições presidenciais de Ruanda.

O presidente de Ruanda, Paul Kagame, foi reeleito para um quarto mandato, após a divulgação dos resultados parciais das eleições realizadas nesta terça-feira (16/07/2024). Com 99,15% dos votos apurados até o momento, a Comissão Eleitoral anunciou a vitória de Kagame, que continuará no comando do país. Os números parciais foram revelados após a apuração de 79% das cédulas, e os resultados definitivos serão conhecidos em 27 de julho.

A presidente da Comissão Eleitoral, Oda Gasinzigwa, informou que o candidato da Frente Patriótica Ruandesa (FPR), Paul Kagame, obteve 99,15% dos votos, enquanto Frank Habineza, do Partido Democrático Verde de Ruanda, recebeu 0,53% dos votos, e o candidato independente Philippe Mpayimana obteve 0,32%. A falta de uma oposição efetiva contribuiu para a reeleição de Kagame, que mantém um controle absoluto sobre a política ruandesa.

Kagame tem liderado Ruanda desde o fim do genocídio de 1994, quando sua rebelião da FPR derrubou o governo extremista hutu e encerrou o conflito que resultou na morte de 800 mil pessoas, principalmente da minoria tutsi. Inicialmente vice-presidente e ministro da Defesa, Kagame assumiu oficialmente a presidência em 2000, após a renúncia de Pasteur Bizimungu. Desde então, foi reeleito com ampla maioria em todas as eleições subsequentes.

Colette Braeckman, jornalista especialista em África Central, destaca que Kagame trouxe avanços significativos para a população em áreas como saúde e educação, além de ter impedido ciclos de vingança após o genocídio. No entanto, Braeckman ressalta que Kagame exerce um poder absoluto e que não há espaço para oposição verdadeira dentro ou fora de seu partido.

Kagame defende sua permanência no poder citando o crescimento econômico do país, que registrou uma média de 7% ao ano entre 2012 e 2022. No entanto, índices de desigualdade permanecem elevados, com mais da metade da população vivendo com menos de US$ 2,15 por dia, segundo o Banco Mundial.

*Com informações da RFI.


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