Big techs usam combate às fake news para censurar informações críticas, afirma especialista

Críticas apontam que grandes plataformas tecnológicas têm manipulado o conceito de "fake news" para restringir a liberdade de informação e proteger interesses institucionais.
Críticas apontam que grandes plataformas tecnológicas têm manipulado o conceito de "fake news" para restringir a liberdade de informação e proteger interesses institucionais.

O crescente investimento em ferramentas de combate às notícias falsas, ou fake news, tem gerado controvérsias sobre o papel das grandes empresas de tecnologia na limitação da liberdade de expressão e na censura de informações críticas. Thiago Ávila, comunicador e internacionalista, relatou experiências pessoais de censura devido a suas críticas ao governo de Israel e outras questões internacionais. Segundo Ávila, o combate às fake news frequentemente é usado como pretexto para silenciar vozes contrárias à narrativa dominante.

Ávila criticou a utilização da classificação de fake news para desqualificar informações que desafiam o consenso das grandes mídias e governos. Ele afirmou que muitas vezes conteúdos verificados são rotulados como falsos por serem desfavoráveis a certas narrativas, como o conflito entre Israel e Palestina.

“O controle exercido por grandes plataformas como Meta, Google e X (antigo Twitter) tem limitado a diversidade de opiniões e a informação precisa”, declarou.

Lula Pinto, professor da Escola de Comunicação e Tecnologia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), enfatizou a falta de regulamentação das redes sociais como um problema central. Ele argumentou que a desinformação está alinhada com os interesses das grandes empresas de tecnologia, que operam sem restrições globais adequadas. Pinto destacou que limitações técnicas e restrições à divulgação de informações críticas são comuns, como observado na cobertura da guerra na Ucrânia.

Ávila também chamou atenção para a crise de credibilidade das instituições tradicionais, como a imprensa e a academia, que contribuiu para o fortalecimento das big techs. Ele comparou a situação atual com a invasão do Iraque em 2003, afirmando que a manipulação da informação por potências e suas plataformas digitais repete padrões históricos de controle e censura.

Pinto sugeriu três frentes de combate aos boicotes e à desinformação: regulamentação formal das atividades na Internet, produção de conhecimento acadêmico e mobilização dos movimentos sociais. Ele ressaltou a importância de uma regulação adequada e da criação de redes alternativas às big techs para promover a informação livre e combater práticas desleais.

*Com informações da Sputnik News.


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