Nesta quarta-feira (21/08/2024), o MapBiomas divulgou um mapeamento que revela que o Brasil já perdeu 33% das áreas naturais de seu território desde 1985. O estudo analisa dados até 2023 e aponta uma significativa mudança na cobertura e uso da terra, com impactos diretos nos riscos climáticos e na dinâmica dos biomas brasileiros.
O relatório revela que, nos últimos 39 anos, o Brasil perdeu 110 milhões de hectares de áreas naturais, o que corresponde a 13% do território nacional. Este saldo negativo considera a perda de vegetação nativa, superfícies de água e áreas naturais não vegetadas, como praias e dunas. Desde 2008, a recuperação de vegetação nativa, após a regulamentação do Código Florestal pelo Decreto nº 6.514, foi contabilizada, mas não foi suficiente para reverter a perda total.
No que se refere aos municípios, 37% dos municípios brasileiros apresentaram ganho de vegetação nativa, enquanto 45% enfrentaram perda significativa. Os 18% restantes mantiveram uma cobertura estável. A análise do MapBiomas mostra que, apesar da recuperação parcial em algumas áreas, o saldo geral de perda permanece substancial.
O estudo detalha que o Brasil mantém atualmente 64,5% de sua vegetação nativa. A perda foi mais acentuada na Amazônia, que perdeu 55 milhões de hectares; no Cerrado, com 38 milhões de hectares suprimidos; na Caatinga, que perdeu 8,6 milhões de hectares; e no Pampa, com 3,3 milhões de hectares. O Pantanal também sofreu uma redução significativa na superfície de água, que caiu de 21% em 1985 para apenas 4% em 2023, enquanto as áreas de vegetação herbácea e arbustiva aumentaram.
A análise revela também que as florestas públicas não destinadas, representando 13% da Amazônia Legal, ainda mantêm 92% de sua vegetação nativa. Em contraste, as florestas públicas destinadas, especialmente as Terras Indígenas, mostraram uma perda mínima de vegetação nativa, equivalente a menos de 1% em 39 anos.
As propriedades privadas foram as mais impactadas, com uma perda de 28% das áreas naturais, resultando na conversão de 60% das 281 milhões de hectares modificadas pelo homem em áreas agrícolas e pastagens desde 1985. A análise também revelou que as terras mais planas sofreram maior perda na zona rural, enquanto áreas urbanas com inclinação superior a 30% foram as mais afetadas nas encostas.
*Com informações da Agência Brasil.
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