Centro Carter denuncia irregularidades e falta de democracia nas eleições venezuelanas

Centro Carter classifica eleições na Venezuela como não democráticas e aponta para graves violações dos princípios eleitorais e falta de transparência.
Centro Carter classifica eleições na Venezuela como não democráticas e aponta para graves violações dos princípios eleitorais e falta de transparência.

O Centro Carter, uma das poucas ONGs que atuou como observadora independente nas eleições presidenciais da Venezuela, afirmou nesta quarta-feira (31/07/2024), que o pleito realizado recentemente no país não pode ser considerado democrático. O relatório da organização revela sérias irregularidades na condução do processo eleitoral e na divulgação dos resultados.

O Centro Carter, fundado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, enviou 17 observadores para monitorar a eleição. O relatório destaca que o processo eleitoral não atingiu padrões internacionais de integridade e violou preceitos da legislação nacional. Segundo a ONG, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) falhou em fornecer resultados desagregados por seção eleitoral, o que constitui uma grave violação dos princípios eleitorais.

A denúncia também critica a falta de transparência do CNE e aponta que o presidente do órgão, Elvis Amoroso, aliado de Nicolás Maduro, anunciou resultados preliminares com dados arredondados, sem fornecer informações detalhadas. Até o momento, o site do CNE permanece fora do ar e não foram divulgadas todas as atas da eleição. A oposição, que fez um esforço significativo para documentar o pleito, afirma ter evidências de que seu candidato, Edmundo González, obteve mais votos que Maduro.

O Centro Carter também criticou a decisão de Nicolás Maduro de solicitar que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) audite as eleições, alegando que o TSJ é controlado pelo regime e não pode fornecer uma avaliação independente. A ONG destacou que as violações não se limitaram à contagem e divulgação dos votos, mas também incluíram decisões arbitrárias para dificultar candidaturas oposicionistas, imposição de barreiras ao voto de eleitores no exterior e uso abusivo de recursos públicos para beneficiar o regime.

O pleito foi realizado em um ambiente de restrições severas para a oposição, com relatos de intimidação e bloqueios à participação da oposição em comícios. A campanha foi marcada por desigualdades entre os candidatos, e a oposição enfrentou dificuldades adicionais devido a ações do governo.

Além das críticas do Centro Carter, a Organização dos Estados Americanos (OEA) também questionou a validade do resultado, alegando que o regime venezuelano aplicou técnicas de manipulação fraudulenta para distorcer o resultado real.

*Com informações da DW.


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