Na quarta-feira (28/08/2024), Israel iniciou uma operação militar de grande envergadura no norte da Cisjordânia ocupada, resultando na morte de nove palestinos, que o exército israelense classificou como “terroristas armados.” A ofensiva, que teve como alvos principais as cidades de Jenin, Tubas e Tulkarem, ocorreu em meio ao prolongado conflito com o Hamas na Faixa de Gaza, que já se estende por quase onze meses.
De acordo com o exército israelense, sete dos palestinos foram mortos em ataques aéreos, enquanto outros dois foram alvejados durante incursões terrestres. O Crescente Vermelho palestino, no entanto, relatou dez mortos e quinze feridos durante as operações militares.
Na Faixa de Gaza, os bombardeios israelenses têm sido contínuos desde o ataque inicial do Hamas a Israel em 7 de outubro. Porém, na Cisjordânia, operações coordenadas envolvendo tropas terrestres e aeronaves em múltiplas cidades são menos comuns. Um porta-voz do exército israelense minimizou a operação, afirmando que ela não era “extremamente diferente ou especial.”
A operação desencadeou uma resposta imediata da liderança palestina. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, interrompeu uma visita oficial à Arábia Saudita para retornar e acompanhar os desdobramentos da ofensiva israelense no norte da Cisjordânia. Durante a noite, colunas de blindados israelenses entraram em campos de refugiados em Tulkarem e Tubas, além de avançarem sobre a cidade de Jenin.
As forças israelenses bloquearam as entradas dessas cidades e dos campos de refugiados, enquanto os soldados mantinham disparos regulares em direção às áreas de onde vinham sons de tiros e explosões. Escavadeiras do exército destruíram pavimentações, alegando a necessidade de desenterrar explosivos colocados ao longo das estradas.
Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, a violência na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, intensificou-se significativamente. Dados oficiais palestinos indicam que mais de 600 palestinos foram mortos pelo exército israelense ou por colonos judeus, enquanto pelo menos 20 israelenses, entre soldados e civis, foram mortos em ataques palestinos ou durante operações militares.
A Jihad Islâmica, aliada do Hamas, denunciou a operação como parte de uma “guerra aberta” contra os palestinos, enquanto o Hamas, que viu sua popularidade crescer na Cisjordânia desde o início da guerra, instou os palestinos da região a se revoltarem contra a ocupação israelense.
Na Faixa de Gaza, novos ataques aéreos israelenses na quarta-feira resultaram na morte de pelo menos 12 pessoas, incluindo uma criança e uma mulher. A Defesa Civil da região relatou que famílias continuam a se deslocar em resposta às ordens de evacuação emitidas pelo exército israelense.
Países como Qatar, Egito e Estados Unidos, que atuam como mediadores entre Israel e Hamas, continuam a buscar um cessar-fogo que possa incluir a troca de reféns por prisioneiros palestinos. Uma delegação israelense chegou a Doha para novas rodadas de negociações com os mediadores, em um esforço contínuo para resolver o impasse.
*Com informações da RFI.
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